domingo, 23 de novembro de 2008

Estímulos da mídia criam equívocos de percepção

Texto: Antônio Júlio Souza

A Estética do Belo na Construção da Imagem dos Ídolos foi o tema abordado nesta sexta feira, 14/11, quarto e último dia da Semana de Comunicação, evento promovido pelos alunos, professores e coordenadores dos cursos de jornalismo e publicidade da Faculdade Integrada do Ceará - FIC. O tema encerra a pretensão da SEMACOM de provocar uma profunda discussão sobre o Espetacular Mundo da Mídia.

Afinal, o que é o belo? Assim começa a fala da professora da FIC Valeria Geremia, uma das convidadas para debater sobre o tema. Para Valeria o mundo tem beleza para quem sabe apreciar. E a mídia, disse ela, muitas vezes nos rouba a percepção do belo, pois passamos a achar que o belo está somente na TV. A falta de criticidade, segundo Valéria, nos leva a olhar a beleza da rosa sem nos dar conta de que não há nela perfume nem espinhos (uma referência ao filme Beleza Americana). “A mídia produz beleza para vender. Até que ponto a beleza exposta pela mídia nos faz bem?” , pergunta ela.

Recorrendo à história do Pequeno Príncipe de autoria do jornalista francês Saint Exupery, quando ele diz que o essencial é invisível aos olhos, a professora da Faculdades Nordeste - FANOR, Ana Valeska, inicia sua participação no debate. Segundo Valeska, os estímulos excessivos criam equívocos de percepção, uma rede de ilusões, podendo até levar à cegueira ( fazendo alusão à obra Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago) “Se o essencial é invisível aos olhos, então há o equívoco”, afirma.

A mídia, na concepção de Ana Valeska, não está preocupada com o cidadão, mas com o consumidor que ele é. Por isso, segundo ela, é valido o pensamento de Leonardo Boff quando ele diz que é preciso a superação do capital material pelo capital espiritual. Pois este, o capital material, desagrega o ser em vista do ter. E passa-se a viver num mundo de aparências. Valeska conclui sua fala dizendo que o ser humano precisa encontrar o belo único que é ele mesmo, não se adequando aos padrões e evitando as armadilhas do sistema.

“O belo é algo que não é padrão. É o sentimento que cada pessoa externa daquilo que ela tem de melhor.” Assim definiu Vitor Hugo, aluno do sexto período de jornalismo, um dos alunos presentes à palestra.

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