domingo, 22 de março de 2009

A paz pela comunicação

Texto: Antônio Júlio, Serena Morais e Monika Maud

Detentos julgam, condenam e executam no interior do IPPS. É essa a principal manchete veiculada pelo jornal Diário do Nordeste do dia 17 de novembro de 2008. E como essa, muitas outras fazem parte do cotidiano dos milhares de leitores, ouvintes e telespectadores da nossa imprensa. A tese de que a imprensa está cada vez mais sensacionalista vai se confirmando. “Espreme que sai sangue”, livro do jornalista Danilo Angrimani expressa uma grande verdade.

Inquietos com a veiculação de tanta violência pelos próprios meios de comunicação, um grupo de amigos, formado por empresários e jornalistas e outras pessoas de diversos segmentos da sociedade, começou a pensar uma forma de participação que pudesse amenizar tamanha proliferação de má noticia. Assim nasceu a Agência da Boa Noticia – ABN, a partir da necessidade de paz e com a vontade de dar e receber boas notícias.

Para o professor e jornalista Francisco Souto Paulino, a missão da ABN é estimular a cultura de paz através da comunicação. A paz entrando nos lares, no som dos ônibus ou do carro, na mente e no coração de cada um de nós. Esse é o fruto “saboroso” que se pode colher. Ainda segundo Souto, a comunicação e todos os que trabalham com ela, são realmente o solo fértil que a Agência da Boa Notícia buscava.

“Talvez aquele grupo de amigos fizesse um movimento, uma campanha ou um conjunto de ações temporárias, mas não seria o suficiente. Quantas campanhas têm sido feitas em prol do meio ambiente, da ética, disso e daquilo, e esquecemos o assunto no fim do projeto? A paz é uma conquista diária, permanente, que cresce com água, sol e adubo”, afirma Souto.

A ABN é hoje um instrumento sensibilizador dos meios e dos profissionais de comunicação, captando, elaborando e veiculando as notícias: não qualquer notícia, mas boas notícias. Souto Paulino define como boa notícia àquela que tem função social, que harmoniza a sociedade.

Na mesma linha de pensamento da ABN a Agência de Notícia Esperança - AnotE se define como um espaço onde as pessoas podem denunciar sem medo tudo aquilo que é contrário à vida. A Anote acredita que tornar públicos os trabalhos de promoção dos Direitos Humanos, na maioria das vezes omitidos pela grande mídia, contribui para despertar o interesse e a necessidade de participação das pessoas. Por isso o seu público alvo é aquele que o modelo de desenvolvimento segregador teima em chamar erroneamente de minorias.

Desde a sua criação, em junho de 1996, a AnotE carrega consigo o sonho e a luta de um mundo sem exclusão social, sem violência, feliz para todos. Daí o porquê de no seu nome trazer a Esperança.

Ana Lourdes, articuladora das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs da Arquidiocese de Fortaleza, considera a AnotE como sendo um espaço de anúncio de boas notícias produzidas pelas comunidades, espaço onde se pode denunciar sem medo tudo aquilo que é contrário à vida.

Para atingir seus objetivos a AnotE e a ABN contam com pessoas e movimentos da caminhada, parceiros e parceiras que acreditam num outro mundo possível, dando suporte para que as boas notícias possam chegar como sinal de esperança, através dos meios de comunicação. Confira algumas das boas notícias nos sites da Agência da Boa Notícia e da AnotE

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