domingo, 22 de março de 2009

Cultura de paz na sociedade contemporânea

Texto: Fernanda Gomes, Renata Gomes e Vanessa Schramm
O termo cultura de paz serve para designar um conjunto ações que promovem, na sociedade, uma mudança na forma de relacionamento entre os indivíduos. A cultura de paz é imprescindível para pensarmos na tolerância, no relativismo cultural, no respeito à diversidade e, sobretudo, na democracia.

Carla Michele Andrade de Quaresma que é bacharel em Ciências Sociais, mestre em sociologia, doutoranda em comunicação e cultura contemporânea na Universidade Federal da Bahia e professora das disciplinas de metodologia científica e sociologia na Faculdade integrada do Ceará nos forneceu algumas informações a respeito do assunto. Para a professora, os indivíduos estão fechados ao diálogo uns com os outros. “Nós somos pouco abertos ao diálogo, à conversação. E a partir de tudo isso surgem intolerâncias e o desrespeito aos direitos do outro, o desrespeito ao direito à diversidade. Então, devido a essa incoerência é que praticamos, na maioria das vezes, aquilo que se contrapõe à cultura de paz”, disse a socióloga.

O diálogo pode, também, contribuir para a cultura de paz. A relação dialógica ajuda os indivíduos a entender o desconhecido, ajuda-os a aceitar o diferente.
As instituições de ensino podem oferecer suporte na formação do indivíduo desde cedo com a conversação, educação pela diferença e respeito pelo próximo. É necessário que as instituições de ensino tenham consciência de que precisam ensinar a cidadania e não apenas níveis técnicos. As instituições de ensino têm que se conscientizar de que os indivíduos não estão preparados adequadamente para a sociedade.

Para Carla, quando os indivíduos se preparam para o mercado de trabalho, eles se preparam para desenvolver alguma competência específica, mas não se preparam para a vida social e para a relação dialógica. “As instituições de ensino têm que exercer esse papel fundamental de ensinar a cidadania e ensinar aos indivíduos a tolerância e o respeito ao outro”, ponderou a socióloga.

Atualmente, percebemos uma desagregação familiar na sociedade. As famílias contribuem para a formação dos conceitos do indivíduo. Uma família má estruturada provavelmente originará indivíduos desinformados e propícios á violência porque não tiveram o exemplo de respeito e amor que deve existir numa relação familiar. Ter um bom exemplo a seguir é necessário para um indivíduo que está formando seu caráter e valores para enfrentar a sociedade futuramente.

Para Carla, a formação íntegra das crianças e adolescentes deve ser um trabalho compartilhado entre família e escola. “Tem que ser uma educação em conjunto: família, escola e as demais instituições sociais. Todas as instituições de ensino devem atuar no sentido de promover a cultura de paz”, acredita a socióloga Carla.

A jornalista, doutoranda de assessoria de comunicação e bacharel em Direito Ângela Marinho, concorda com as idéias da socióloga e acrescentou aspectos relevantes para a formação da cultura de paz. Para ela, as crianças têm que ser educadas desde cedo. “Se você educar seu filho respeitando o direito do outro desde criança, então começa uma cultura de paz na infância”, foi o que Ângela informou.

A cultura de paz na comunicação
Os meios de comunicação veiculam a violência porque existe audiência para isso. A mídia pode influenciar a sociedade que não está preparada para o consumo das idéias vendidas nos meios de comunicação. Os programas e jogos com conteúdo violento podem incentivar à violência.

Segundo Ângela Marinho, os jornalistas, empresários e publicitários podem contribuir para a cultura de paz a partir da criação de textos que apenas informem o público sem confrontar e sem fazer apologia à violência. “Eu acho que você pode permitir a informação, respeitando a privacidade e integridade alheia, entretanto isso não é feito com freqüência”, destacou a jornalista.

“Todos nós devemos fomentar o respeito ao outro, à dignidade humana e às instituições democráticas. Toda a sociedade tem que se mobilizar em prol dessa causa porque é um trabalho em conjunto. Nós estamos numa situação caótica e termos que nos alertar”, disse Carla Michele.

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