tag:blogger.com,1999:blog-26328636982357382802024-02-07T10:14:29.718-08:00Entrevista & ReportagemBlog das disciplinas de Técnicas de Apuração, Entrevista e Reportagem I (manhã) e Técnica de Apuração, Entrevista e Reportagem II da Faculdade Integrada do Ceará (FIC) - Jornalismo - manhãAdilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.comBlogger33125tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-19308391976369435412009-04-20T12:32:00.000-07:002009-04-20T12:43:10.584-07:00Doação de medula: dúvidas ou medo?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3MGGaLTjugQniXWch0u7KsUHkqzEMjslHF3VA1VIhhJIJ6xM3vrJmCK2mHXA6jSfGa1Nw1NVVwS-_bXjjg8IGqagBdSMpHhUjCpK3EcUd7Fz4ZuUHKPVSfP7humA_Y96vDiU-0NLF4vE9/s1600-h/Adalise+Maia-E.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 190px; height: 130px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3MGGaLTjugQniXWch0u7KsUHkqzEMjslHF3VA1VIhhJIJ6xM3vrJmCK2mHXA6jSfGa1Nw1NVVwS-_bXjjg8IGqagBdSMpHhUjCpK3EcUd7Fz4ZuUHKPVSfP7humA_Y96vDiU-0NLF4vE9/s200/Adalise+Maia-E.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5326861435890565778" /></a><br /><strong>Alberto Gurgel, Fernanda Riomar Paz, Lyegina Martins, Ana Patrícia, Aline de Castro</strong><br /><br />O Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará) conta com um departamento específico para o cadastramento de doadores de medula óssea desde o ano de 2001. Durante todo esse tempo de funcionamento grandes feitos foram realizados pela equipe e grandes preconceitos foram desmistificados.<br /><br />A Assistente Social Adalise Maia, está a frente do setor de doação de medula óssea, onde vem prestando um excelente trabalho de apoio e esclarecimento sobre a doação de medula, aos familiares de pacientes que necessitam do transplante. <br /><br />Segundo a entrevistada, atualmente grandes empresas estão se agregando a projetos de doadores voluntários, onde tem como principal objetivo esclarecer aos funcionários as necessidades e dificuldades enfrentadas pelos pacientes que necessitam desta doação e assim mobilizando através da sensibilização os funcionários e desta forma cadastrando-se no REDOMA (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). A ajuda destes empreendedores agiliza o processo de caracterização de perfis de medula óssea da população brasileira, que devido a sua miscigenação torna mais difícil a captação de todos os perfis. <br /> <br /><strong>Quem necessita dessa doação?</strong><br />Adalise Maia - Pessoas que têm doenças que comprometem a produção de sangue pela medula, como leucemias e aplasia de medula óssea, e crianças com algumas doenças genéticas congênitas.<br /><br /><strong>Quem pode fazer a doação?</strong><br />Adalise Maia - Pessoas que têm entre 18 e 55 anos de idade e estão bem de saúde .Não pode ter tido câncer ou doença sexualmente transmissível. <br /><br /><strong>Como e onde é feito o cadastro?</strong><br />Adalise Maia - A pessoa se encaminha ao Hemocentro da sua cidade, portando a sua RG e CPF e ao chegar ao local, fará o cadastro.Em seguida será colhido uma amostra de sangue (10 ml) para teste de compatibilidade (HLA). Este teste é feito no Rio de Janeiro pois nosso estado não tem um laboratório de HLA, existe um projeto para a UFC realizar a construção de um. Todo o custeio desse processo é do governo que paga esse envio das amostras. Devido a essa falta de um laboratório de HLA viabiliza uma serie de problemas como o custo de manutenção do projeto, mas apesar de tudo o processo construiu uma base forte, que em sua maioria foi devido aos incentivos das famílias de pacientes. <br /><br /><strong>O governo não entra nesta como parceiro?</strong><br />Adalise Maia - Nosso maior parceiro hoje é a família dos pacientes que movem todos os meios de comunicação para conseguir um doador compatível. <br /><br /><strong>Como é a compatibilidade de doadores?</strong><br />Adalise Maia - 25% dos pacientes têm possibilidade de encontrar doador compatível entre os irmãos. caso não seja encontrado entre familiares, procura-se um doador compatível inscrito no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).<br /><br /><strong>Por que se registar?</strong><br />Adalise Maia - Para o paciente, você pode ser a única possibilidade de cura. Assim, quanto mais doadores registrados, maior chance de encontrar um doador compatível. O Brasil por ser um país de grande mistura genética, o registro é mais importante ainda pois a grande variedade de raça influencia na hora da compatibilidade. O banco de Nova York, já possui por exemplo grande número de cadastro de brancos e agora está precisando de apaches pois estes tem um número reduzido de cadastro.<br /><br /><strong>Como se encontra a situação deste cadastro?</strong><br />Adalise Maia - Nos anos de 2001 à 2007 estavamos com uma média de 1900 cadastros e no ano de 2007 - 2008 tivemos um crescimento consideravél para 25000, onde a família de um paciente “Mateus Aquino, de 4 anos” mobilizou toda a sociedade através de rádio, tv, msn, orkut e etc. , assim conscientizando e sensibilizando a sociedade em geral. A nossa grande parceira e propulsora de conquista de objetivos é a família.<br /><br /><strong>Quais os procedimentos com o doador compatível?</strong><br />Adalise Maia - Se houver compatibilidade, o doador é convocado para um exame de sangue mais detalhado. O doador será avaliado por um clínico para verificar seu bom estado de saúde.<br /><br /><strong>Qual o procedimento mais utilizado no Ceará e onde é realizado?</strong><br />Adalise Maia - Atualmente o Ceará não possui nenhum hospital com estrutura para captação e transplante de medula óssea.Existe um projeto do HGF se tornar um hospital referência para este caso. Hoje temos leitos de tratamento autólogo ( tratamento ao qual a medula é retirada do próprio paciente e em sua grande maioria resulta em casos positivos). O nosso estado já realizou 5 transplantes e todos bem sucedidos. <br /><br /><strong>Qual a principal dificuldade encontrada pela equipe do HEMOCE para o cadastro?</strong><br />Adalise Maia - Geralmente os mitos criados com o passar dos tempos, onde as pessoas acham que vão ficar fracas, que caso precisem doar para um familiar não vai poder pois ja fez uma vez, que podem ficar paralíticas por conta da anestesia geral e também a falta de incentivos, pois ao contrário do doador de sangue não existe nenhuma lei que gratifique o doador de medula.<br /><br /><strong>Como a medula óssea é removida? </strong><br />Adalise Maia - Existem duas formas, a punção direta, que consiste na coleta realizada com agulha, na região da bacia. Retira-se uma quantidade de medula equivalente a uma bolsa de sangue. Para que não haja dor, é realizada anestesia e o procedimento dura 40 minutos. O doador fica em observação por um dia e após esse período pode retornar a suas atividades normalmente, não restando nenhuma cicatriz, apenas a marca de 3 a 5 punções de agulha. Já na segunda forma, temos a máquina de aférese, o doador recebe um medicamento por 5 dias que estimula a proliferação das células-mãe, que migram da medula para as veias e são coletadas por acesso de veias periféricas. O processo de coleta por aférese dura em média 4 horas, até que se obtenha o número adequado de células. O único efeito colateral do medicamento é que ele pode causar dor no corpo, como uma gripe. <br /><br /><strong>Como os pacientes recebem a medula?</strong><br />Adalise Maia - Depois de um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe as células doadas por meio de transfusão. Em duas semanas, a medula transplantada já estará produzindo novas células.<br /><br /><strong>Posso doar mais de uma vez? </strong><br />Adalise Maia - Dificilmente haverá mais de uma pessoa compatível com o doador, no entanto, se for necessário, pode haver mais de uma doação. A medula do doador se regenera em aproximadamente 15 dias.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-55877538968414208772009-04-20T12:28:00.000-07:002009-04-20T12:31:46.237-07:00De soldado a coronel<strong>Jucélia de Castro, Gleydson Silva e Sara Pontes</strong><br /><br />Nascido em Fortaleza no dia 05 de Maio de 1956, filho de Osvaldo Gomes da Silva e Maria Stela da Silva. Francisco Tarcisio Começou sua vida estudantil no Liceu do Ceará, e em 1978 ingressou na policia Militar, sonho de infância. Policial exemplar, sempre se dedicou com muito afinco a todas as funções que lhe foram delegadas. Para desempenhar suas funções de maneira correta, Coronel Tarcisio, procurou a cada dia aperfeiçoar seus conhecidos, acumulando assim diversos cursos na sua área. Mostrando que todos os seus esforços não foram em vão, em 2000 assumiu o comando do 3º Batalhão da Policia Militar de Sobral, tendo desenvolvido nesse município um excelente trabalho, o que lhe rendeu o titulo de Cidadão Sobralense em 2005 pela Câmara Municipal em votação unânime.<br /><br /><strong>Aconteceu algo de especial para o senhor ingressar na Polícia Militar?</strong><br />Sim. Naquela época eu achava muito bonita a farda e o posto de tenente a coronel. Pela questão do respeito.<br /><br /><strong>Depois que ingressou na policia teve algum momento que pensou em desistir da profissão?</strong><br />Não, nenhum momento me fez desistir, sempre gostei do que fazia.<br /><br /><strong>Muitos policiais são acusados de participar de negócios ilícitos, a que o senhor atribui este tipo de comportamento fora dos padrões da policia?</strong><br />Acredito que pela falta de compromisso e de vocação. Hoje em dia muitos policiais que entram na corporação não estão ali por gostar e sim pela questão da garantia do emprego.<br /><br /><strong>O senhor acha que o Ronda do Quarteirão diminuirá a violência na capital cearense e posteriormente em todo estado?</strong><br />Sim, confio muito nessa iniciativa, até porque possui uma interação dos PMs com a sociedade, pois é essa interação que possibilita confiança e maior credibilidade.<br /><br /><strong>Boa parte de sua vida foi destinada a PM, se tivesse a oportunidade, gostaria de continuar ou retornar a servi-la? Ela possui algo de especial que lhe faz pensar assim? O quê?</strong><br />Continuaria, sim. O que me faz gostar da Policia Militar é a disciplina e a questão da hierarquia.<br /><br /><strong>Diante de todos os trabalhos produzidos por você enquanto esteve na PM, qual deles você acha mais importante?</strong><br />O respeito às pessoas e mostrar para a sociedade as qualidades do policial, possuindo uma maior credibilidade junto a sociedade.<br /><br /><strong>Em 2005, você foi condecorado com o título de cidadão sobralense, o que lhe fez pensar ao receber o título?</strong><br />Pude perceber que a partir de então, teria cada vez mais o dever de proteger o cidadão, sempre respeitando mesmo aqueles que delinqüiram.<br /><br /><strong>Apesar de no BPTRAN você ter algo relacionado com o trânsito, agora no DETRAN o que teve de diferença, e o que lhe fez aprender nesta gestão ainda continua?</strong><br />No DETRAN, estou procurando conhecer melhor a lei do CTB (Código de Transito Brasileiro) para esclarecer da melhor forma possível à sociedade e, por conseguinte uma maior segurança no trânsito.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-57057313398356858102009-04-20T12:19:00.000-07:002009-04-20T12:22:35.795-07:00"Diagnóstico precoce é melhor forma de combate"No diagnóstico precoce está o fator principal para a cura do câncer. A opinião é do médico Ivon Teixeira de Souza, 44 anos de idade, graduado pela Universidade Federal do Ceará desde 1990, com especialização em Urologia e presidente do Centro de Estudos da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza<br /> <br />Na sua opinião, se as pessoas portadoras de tumores pudessem ser consultadas por especialistas e tratadas convenientemente, muitas sobreviveriam.<br /><br />Ivon enaltece a medicina Nordestina e diz que ela só está em um nível abaixo de São Paulo, por exemplo, geralmente em função das tecnologias que são utilizadas na maior capital brasileira. O Ceará, no seu modo de entender pratica uma medicina de excelente qualidade.<br /><br />Com vivência no interior, o médico diz que a atuação de profissionais de saúde na região necessita de maiores incentivos de forma a fixar os médicos em cidades fora dos grandes centros populacionais. Com relação ao SUS, enfatiza que os valores pagos aos profissionais, hospitais e laboratórios estão desatualizados, o que gera descontentamentos.<br /><br /><strong>O Câncer tem cura? O que as pessoas acometidas de tumores malígnos devem fazer para que tenham uma sobrevida?</strong><br />O câncer tem cura. Os melhores resultados ocorrem com o diagnóstico precoce da doença.<br /><br /><strong>Por que, na maioria das vezes, quando se retira a próstata cancerosa do homem, ocorrem problemas com ereção?</strong><br />A disfunção erétil é uma das complicações da cirurgia prostática radical para cura do câncer. Ocorre em 60% dos pacientes, e resulta de lesão dos nervos penianos que se localizam ao lado da próstata.<br /><br /><strong>O senhor acredita em políticas públicas para reduzir os índices de câncer de próstata?</strong><br />Ivon: As ações em mídia que a Sociedade Brasileira de Urologia tem desenvolvido visam estimular o diagnóstico precoce do câncer de próstata e com isso, instituir um tratamento curativo. Desta forma espera-se diminuir o índice de mortalidade da doença. Nós ainda não conseguimos reduzir a incidência.<br /><br /><strong>Como o senhor vê a medicina no Nordeste com relação à medicina de centros mais populacionais mais adiantados? A medicina praticada no Ceará é a mesma de São Paulo, por exemplo?</strong><br />Ivon: A medicina praticada no Nordeste está entre as melhores do país. Salvador, Recife e Fortaleza se destacam entre as demais cidades. São Paulo está sempre na vanguarda da medicina brasileira por uma conjunção de fatores principalmente no quesito tecnológico<br /><br /><strong>O senhor já atendeu em cidades do interior. Por que, no seu modo de entender, os médicos tem certa resistência a idéia de residir no interior?</strong><br />Ivon: A atuação médica no interior necessita de um maior incentivo para fixação do profissional. É necessária uma forma contínua de atualização de conhecimento; independência profissional; condições mínimas de exercício profissional e boa remuneração.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-33254771707389177762009-04-20T12:06:00.000-07:002009-04-20T12:19:09.292-07:00Gaúcha engajada em programa de assistência a meninos cearenses<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1Z0ftcpBFJFhb55szIthdt1e7CVcgAjHc6pxCV5xQt-I92DRq1v8AlCRIQ53E10tqPrIPQl5KwuNXMupFgIoJOtSyl1xUCjJgFoql5WTrGrz3o8mdkrcgm24Z1axty3w-xQ3pSiXU-tM_/s1600-h/Paulina-EE.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 130px; height: 130px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1Z0ftcpBFJFhb55szIthdt1e7CVcgAjHc6pxCV5xQt-I92DRq1v8AlCRIQ53E10tqPrIPQl5KwuNXMupFgIoJOtSyl1xUCjJgFoql5WTrGrz3o8mdkrcgm24Z1axty3w-xQ3pSiXU-tM_/s200/Paulina-EE.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5326855242018793010" /></a><br /><strong>Camila Vasconcelos, Elidiane Gonçalves, Jane Moreno e Nyzelle Dondé</strong><br /><br />Paulina dos Santos Gonçalves, natural de Alegrete – RS, é graduada pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) em Assistência Social e atua no Programa de Liberdade Assistida Comunitária (LAC), atividade desenvolvida pela Pastoral do Menor em Fortaleza – CE. A gaúcha atua na área da criança e do adolescente desde 1993.<br /><br />O Programa do LAC existe em Fortaleza desde 2002 e atende crianças e adolescentes que cometeram algum tipo de ato infracional e o ajuda a se reabilitar através de medidas sócio educativas previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 112.<br /><br />Paulina dos Santos Gonçalves nos acolheu em sua casa, para nos contar um pouco mais deste programa num clima bem descontraído. A entrevistada nos contou histórias inusitadas dos adolescentes que são atendidos pelo programa. Alguns casos trágicos e outros com final feliz, em que o adolescente consegue se reabilitar e pretende prestar vestibular para o curso de assistente social para ajudar outras crianças que passaram pela mesma situação que ele. <br /><br /><strong>Como foi que você veio morar aqui em Fortaleza e como você conheceu a Pastoral do Menor?</strong><br />Paulina - Bem, eu vim transferida, porque eu pertenço a uma congregação religiosa que tem uma casa aqui em Fortaleza. Eu sou assistente social por formação e além de ter um trabalho pastoral também tenho que ter um trabalho profissional para me manter. Então eu procurei a Pastoral do Pastoral do Menor que por coincidência estava precisando de pessoas voluntárias para abordagem de rua, e assim que eu comecei. Fiquei 2 anos trabalhando como voluntária, quando precisou de uma assistente social eles lembraram de mim e me convidaram. Fiquei feliz, porque para mim era um desafio. Foi assim que eu vim parar aqui em Fortaleza e no programa de liberdade assistida comunitária.<br /><br /><strong>Quais são as comunidades que o LAC assiste e quais foram os critérios de escolha dessas comunidades?</strong><br />Paulina - Atendemos as comunidades do Pirambu, do Tancredo Neves, Jardim Iracema e Bom Jardim. As comunidades foram escolhidas por 2 critérios, um por ser em lugares com muitos adolescentes cometendo delitos e o outro por possuírem grupos ligados a Pastoral do Menor.<br /><br /><strong>Atualmente vocês atendem quantos adolescentes?</strong><br />Paulina - O trabalho hoje tem ampla abrangência e atuação, compreendendo desde à capital até as cidades do Interior em mais de 30 grupos que atendem diretamente 1500 crianças e adolescentes na idade entre 7 e 18 anos.No final de 2008 atendemos no total de 107 meninos só aqui na capital de Fortaleza.<br /><br /><strong> Quais são os maiores problemas enfrentados nos atendimentos dos meninos?</strong>Paulina - No Jardim Iracema, por exemplo, os meninos envolvidos com crack, chegam sempre agitados aos atendimentos. Então temos que nos adaptar ao mundo deles, e a gente tem fazer um atendimento mais dinâmico, com mais espaço para eles gastem essa agitação. Nós trabalhamos com todos eles o acordo de convivência básica, para que no atendimento não exponha nem eles nem nós. As meninas, por incrível que pareça, vêm mais sofridas e são bem mais difíceis de trabalhar. Mas cada um é uma história e uma problemática diferente.<br /><br /><br /><strong>Há algum tipo de assistência para a família, caso eles tiverem precisando?</strong><br />Paulina - O nosso trabalho é de acompanhamento do adolescente e na medida do possível com a família. Se a família deles precisa de alimentação, a gente aciona a rede de assistência do município. Teve casos que a gente precisou fazer vaquinha. Nós vamos cobrar do município, do estado, vamos atrás do conselho tutelar. Muitas vezes a família tem trabalho informal e se vira com o Bolsa Família. É um momento de escuta para as mães. Nós estamos trabalhando no grupo de apoio a família e uma vez por mês nós fazemos um atendimento coletivo, o que nós chamamos de círculo de cultura, nós trabalhamos alguns temas, fazemos atividades juntos, é um dia de descontração, comemoramos aniversário, com merenda. É um trabalho de conquista.<br /><br /><strong>Qual é o perfil dos meninos que são atendidos pelo LAC? </strong><br />Paulina - Geralmente meninos de escolaridade baixa, nem concluíram as primeiras séries do ensino fundamental. 50 % admitem ter envolvimento com drogas, e muitas vezes é a droga que leva esses garotos a roubarem. É interessante que a maioria dos meninos tem vínculo forte com a família, esse é o dado interessante, outro dia fizemos um censo. A maioria mora só com a mãe, ou com a vó. <br /><br /><strong>Que tipo de ato infracional é mais comum entre os adolescentes atendidos por vocês?</strong><br />Paulina - Em geral é tráfico de drogas, pequenos furtos, perturbação do sossego alheio. As meninas que são geralmente pegas guardando drogas para os namorados e aí vai.<br /><br /><strong>Quais são as atividades realizadas pelo programa?</strong><br />Paulina - Realizamos o círculo de cultura, que é um espaço de dinâmica e vivência entre os adolescentes. Tem a GAF (Grupo de Apoio à família), lá fazemos atividades com os familiares dos menores com o intuito de fortalecer a auto-estima de cada um. Visitas Domiciliares, que possibilita a equipe conhecer de perto o ambiente do adolescente a fim de procurar alguma forma de intervir positivamente naquele contexto, além de atendimentos personalizados – onde está inserido a elaboração do Plano de atendimento Individual (PIA) - e rodas de conversa com orientadores sociais.<br /><br /><strong>Qual é a trajetória do adolescente que cometeu um ato infracional passa até chegar no Programa de Liberdade Assistida - LAC?</strong><br />Paulina - O adolescente que cometeu um ato infracional, primeiramente ele é apreendido pelo policial que o encaminha para a delegacia especializada onde é feito o boletim de ocorrência. Ele é ouvido pelo promotor do Ministério Público. Depois que acontece o julgamento, se o ato for considerado leve, eles localizam a família, entregam a família e acontece o acompanhamento no LAC que se dá através de reuniões para o preenchimento de relatórios de acompanhamento, onde deverão constar histórico familiar, pedagógico, de capacitação e conduta criando subsídios e extensão ou desligamento da medida socioeducativa. Em um dia marcado, eles tem que se apresentar na audiência. Se no julgamento o ato for considerado grave, ou a família não conseguir ser localizada, ele fica na triagem, que é uma unidade de recepção, onde ele vai ficar aguardando a audiência com o Juiz<br /><br /><strong>Como funciona a LAC e quais seus objetivos principais?</strong><br />Paulina - O programa é desenvolvido através da interlocução junto ao poder judiciário e dos conselhos de Direitos e Tutelares, Secretarias e Rede de atendimento aos direitos da criança e adolescente. Os adolescentes chegam das delegacias especiais e tendo como medida Sócio-Educativa a Liberdade Assistida se iniciam os atendimentos que acontecem na própria comunidade do adolescente a partir do acompanhamento da equipe técnica. O Programa mostra ao adolescente o valor de sua liberdade e as regras necessárias para a convivência social. Tem o objetivo de acompanhar os adolescentes, aos quais a autoridade aplicou a medida sócio-educativa de Liberdade Assistida, através de abordagens individuais e grupais, envolvendo também os familiares. Esse programa tem como principal função pedagógica levar ao adolescente a certeza do seu valor como pessoa humana e sujeito de direitos. <br /><br /><strong>A equipe é formada por quantas pessoas? E qual é sua responsabilidade? </strong><br />Paulina - A equipe é formada por 2 assistentes sociais, 1 psicóloga, 1 pedagogo, 6 estagiários, 1 secretário e 2 pessoas da coordenação. O papel da equipe é acolher, acompanhar o adolescente e a cada 3 meses fazer um relatório, como eu já tinha citado anteriormente identificando as problemáticas sócio-familiar no intuito de inseri-los em políticas públicas e serviços sociais. Se ele continuar com problemas nós vamos oferecer tratamento e comunicar ao juiz para ser avaliado junto com a promotoria. Um ponto de destaque dentro da proposta de Liberdade Assistida comunitária é que cada adolescente possui um Orientador Social que disponibilizam de 2 a 4 horas semanais para acompanhar o mesmo, sendo uma referência de apoio nesse contexto de vida do adolescente em Liberdade Assistida.<br /><br /><strong>Quais são as medidas socioeducativas?</strong><br />Paulina - Ao todo são seis. A primeira é a advertência, a segunda é a reparação de danos; a terceira é prestação de serviço a comunidade, em um lugar público com duração de 6 meses a 1 ano; a quarta é o acompanhamento através da Liberdade assistida; a quinta é a internação provisória, que é para dar um “susto” que vai de 45 no máximo 90 dias no caso de o adolescente não comparecer aos atendimentos, sexta e última é a privação da liberdade.<br /><br /><strong>De quem é a competência de manter financeiramente o programa?</strong><br />Paulina - O programa de liberdade assistida comunitária era uma parceria com a prefeitura. Antes era uma parceria da pastoral do menor nacional com o Ministério da Justiça, que repassava esse recurso para desenvolver o programa de liberdade assistida comunitária. Um dos objetivos desse programa, além de atender os meninos era também a municipalização, fato que aconteceu em Fortaleza. Hoje a medida Liberdade Assistida é municipalizada e a Pastoral do Menor é uma parceira nesse trabalho. O recurso para a gente continua vindo do Ministério da Justiça, só que agora ele é administrado pela prefeitura, através da FUNCI (Fundação Criança e do Adolescente Cidadão), que é o órgão gestor da política da criança e do adolescente aqui em Fortaleza.<br /><br /><strong>Qual é a sua opinião com relação à redução da maioridade penal?</strong><br />Paulina - Pessoalmente, acho que seria um retrocesso, porque existe hoje uma idéia por alguns programas sociais, de que parece que os adolescentes são os únicos protagonistas do crime. Quando na verdade, hoje se for fazer um balanço dos crimes que são cometidos pelos adolescentes e os crimes que são cometidos por adultos, é bem maior, tanto veja que hoje são denunciados mais os casos de abuso feito contra crianças e adolescentes. E outra, o sistema penal não dá conta dos que tem, imagina hoje o sistema penal absolver esse contingente que está nos centros educacionais, o que seria? Então eu acho que essa redução seria um retrocesso sobre o que nesses 18 anos se construiu de direitos das crianças e adolescentes.<br /><br /><strong>Retomando ao Estatuto, você acha que no Estatuto da Criança e do adolescente existe falha?</strong><br />Paulina - Apesar dos 15 anos de promulgação do Estatuto, sua aplicação vem sendo comprometida pala ausência de políticas públicas e retaguardas, como por exemplo a LAC. Eu acho que existem algumas coisas dúbias, mas na verdade eu sempre me lembro de um jurista que dizia assim, “tem gente que diz que o estatuto não vai pegar...é mas Estatuto não é gripe (risos) o Estatuto é lei, tem que cumprir. Na verdade hoje, 18 anos depois do Estatuto criado, ainda tem muita coisa para se fazer. Porque o estatuto prevê os direitos não só de uma criança, pobre, ele pensa o direito da criança como um todo, como prioridade inclusive orçamentária e hoje se vê que no orçamento ainda não existe nenhuma rubrica específica da LAC. Se é prioridade, isso deveria repercutir também no orçamento.<br /><br /><strong>Por fim um caso que deu certo, uma história de vida resgatada?</strong><br />Paulina - Tem um caso de um menino que chegou para nós muito envolvido com a gangue, muitos amigos dele chegaram até a morrer. Mas este garoto sempre ia para os atendimentos. Posteriormente entrou para um curso técnico, depois o caso dele foi julgado ai ele foi liberado dos atendimentos. Um dia desses, nós fomos até a casa dele e a mãe dele nos falou que ele estava trabalhando em uma empresa e estava pensando em prestar vestibular para Assistente Social. Ele conseguiu dar um rumo para a vida dele. O mais interessante é que ele continua morando no mesmo bairro, que é um bairro violento, e continua amigo dos meninos da gangue, mas não se envolve mais. Nesse caso, a equipe ficou muito orgulhosa com o sucesso do nosso trabalho.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-54447575065141405052009-04-15T13:20:00.000-07:002009-04-15T13:35:05.813-07:00Entrevista - Anderson Sandes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLAF4sAF3g-u8gQzNJN8FA0fr1PEmC44H69UtPPCjMRyZZze8eLOFnnrcB9YNCPBS15a3GLU_LbFIbgy6fm_BCY_DifBZdv0JHVKgj_9B91FwyIL0pxTiH8w2K1JbVRjOIBlhy5lhXlwZp/s1600-h/Anderson-E.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 190px; height: 130px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLAF4sAF3g-u8gQzNJN8FA0fr1PEmC44H69UtPPCjMRyZZze8eLOFnnrcB9YNCPBS15a3GLU_LbFIbgy6fm_BCY_DifBZdv0JHVKgj_9B91FwyIL0pxTiH8w2K1JbVRjOIBlhy5lhXlwZp/s200/Anderson-E.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5325019105834065074" /></a><br /><strong>Eliane Picanço, Rafael Davi e Rebeca Aguiar</strong><br />José Anderson Sandes tem 28 anos de profissão e muita história para contar. Sempre foi muito interessado em arte e teatro e conversas com jornalistas, daí teve a vontade de se tornar um. Iniciou sua profissão ainda dentro de um contexto da ditadura militar e a auto-censura nos jornais, sempre defendendo a ideologia de fazer jornalismo de forma ética e que contemple a comunidade em que vivemos.<br /> <br />Atualmente edita o Caderno 3 do jornal Diário do Nordeste desde a sua fundação em 1981 e leciona na Faculdade Nordeste e na Universidade de Fortaleza. É autor do livro “Diálogos com Pedro Nava – A Sedução da Palavra na Literatura.” Em sua obra, ele expõe o memorialista Pedro Nava através das inúmeras entrevistas dadas a revistas e jornais, especialmente do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Anderson o coloca no mesmo patamar dos grandes intérpretes do Brasil, tais como Euclides da Cunha, Sérgio Buarque, entre outros.O motivo de tamanha distinção é as mais de duas mil páginas que o memorialista escreveu sobre importantes momentos da História e da vida privada do País.<br /><br />Anderson considera o diploma indispensável para exercer a profissão e aconselha aos futuros jornalistas que leiam e estudem sempre as questões ligadas à comunicação e que procurem as universidades que proporcionem melhor formação.<br /><br /><strong>Gabriel García Márques falando sobre o jornalismo, declarou: “O jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e torná-lo humano por sua confrontação descarnada com a realidade”. Você concorda com ele? Quando você decidiu ser jornalista?</strong><br />Ele não mente, não é? Jornalismo é uma trajetória. Quer dizer, você se dedicando totalmente a ela, exercendo-a eticamente, confrontando valores da sociedade, contextos sociais, econômicos ou políticos de forma livre, democrática, é que você chega a uma conclusão de um mundo melhor. Mesmo apesar dos problemas, do país cheio de mazelas, de contradições. E essa é a função do jornalista. Decidi ser jornalista porque mantinha muito contato com jornalistas e ia muito ao teatro quando vim morar no Ceará.<br /><br /><strong>Você já realizou várias coberturas na área cultural, especialmente literária. Qual entrevista ou reportagem mais lhe deu prazer?</strong><br />Esta é uma pergunta muito difícil. Já tenho 28 anos de profissão e sempre me ensinaram Literatura na área de cultura. Comecei minha profissão como crítico de teatro em uma coluna de um jornal de Brasília, do qual me afastei um pouco pra me dedicar mais à Literatura, tanto que em meu mestrado em Letras estudei Pedro Nava [médico, memorialista, autor de vários livros: “Baú de Ossos”, “Balão Cativo”, entre outros]. Fiz várias coberturas, principalmente de vendagem de livros como as bienais que ocorrem aqui no Ceará. Eu e o meu colega Luís Sérgio Santos fizemos um caderno de cultura onde mostramos uma geração de bons poetas cearenses como Adriano Espíndola, Pedro Lira e José Alcides Pinto e demos espaço e voz a vários artistas no Estado que até então não tinham, e isso é muito importante. A indústria cultural age de forma muito perniciosa. Eu acho que o que é local, da nossa região, da nossa aldeia é mais importante.<br /><br /><strong>Quais as dificuldades enfrentadas no começo da carreira? Em algum momento você já pensou em desistir?</strong><br />Não, jamais quis desistir. Cada geração tem suas dificuldades. A minha é de 80, que começou dentro de um contexto ainda da ditadura militar. A ditadura foi um momento político, muito distante, gradual e lento. Ocorria muita tortura, perseguição e quem não se enquadrava dentro dos ditames sofria com isso. Era um discurso único. Nos jornais tinha muito a auto censura. E contra esse status quo que a nossa geração começou a desconstruir algumas rotinas impostas na redação. Já havíamos entrado na redação com um certo nível cultural e conhecimento do Brasil. Mas nós enfrentamos muitos problemas. Nós, jornalistas, devemos brigar e seguir a profissão com dignidade. Você deve sempre buscar a informação de forma ética e que contemple a comunidade em que você vive.<br /><br /><strong>Quais os requisitos para exercer bem a profissão?</strong><br />Honestidade, ética.<br /><br /><strong>Hoje em dia, a categoria jornalística discute bastante a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão. Você considera importante o diploma para exercer a profissão?</strong><br />Em um país como o nosso, complexo e cheio de paradoxos, o diploma é muito importante. O jornal contratando mão-de-obra sem diploma, está é mais alinhada não com o público, mas com a empresa. E isto é muito ruim. O jornal não pode perder leitor. Tem que dar credibilidade. Um profissional formado vai saber se portar em uma redação dentro dos limites que ele pode ter para exercer sua profissão.<br /><br /><strong>As faculdades, em sua opinião, preparam bem os alunos para o mercado de trabalho?</strong><br />Nós temos muitas universidades, mas o aluno, o jovem deve procurar as universidades mais capazes. Aquelas universidades no ranking do MEC, já que há notas de 1 a 5. Aquelas, com maior capacidade, com quadro docente bom, que tenha pesquisa, extensão.<br /><br /><strong>Qual os problemas que você identifica no jornalismo brasileiro?</strong><br />Problema são muitos. A crise de identidade de um jornal, por exemplo. Dizem que houve uma recuperação, mas o número de leitores tem caído. Mas eu acho que o jornal não vai morrer. A esta crise atual – e acho que conjuntural – o impresso vai dar a volta por cima e fidelizar o leitor dando mais credibilidade, fugindo de certas amarras pra cumprir o seu papel.<br /><br /><strong>Com a sua experiência de 28 anos de jornalismo, que conselhos daria aos estudantes que pretendem abraçar esta carreira?</strong><br />Muita leitura e estudar muito. Estudar sempre as questões sobre a comunicação que acabam se ligando à Teologia, Literatura, Sociologia, Psicanálise, Economia, Política. Tem que estar sempre estudando. Por isso que eu estudo até hoje.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-58122397078341797922009-04-15T13:01:00.000-07:002009-04-15T13:20:15.281-07:00Uma vida a serviço do povo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUWog9aTZAMMrjI9GT61BVrrOO8MBuZz9awQnu3dUuSVf_LhZFwaAhnmkTKNmVQpWSxiiqFQoM8_rCA7Y9CLqM1WdqzFHtIwpeRs_B3lxemxtuhQe-oUPv1NHnkWpjAPY377FAKg3Qr4hx/s1600-h/Iraguassu-E.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 190px; height: 130px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUWog9aTZAMMrjI9GT61BVrrOO8MBuZz9awQnu3dUuSVf_LhZFwaAhnmkTKNmVQpWSxiiqFQoM8_rCA7Y9CLqM1WdqzFHtIwpeRs_B3lxemxtuhQe-oUPv1NHnkWpjAPY377FAKg3Qr4hx/s200/Iraguassu-E.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5325013296270008322" /></a><br /><em>Vereador Iraguassu Teixeira fala sobre dedicação ao povo através da política, medicina e rádio.</em><br /><strong>João Lira Görsch, Marivaldo Santos, Raquel do Val e Daniel Nóbrega</strong><br /><br />Participar da vida pública é, para muitos, envolver-se nos véus da fama como celebridades criadoras de opinião. Tal caso não se aplica ao Dr. Iraguassu Teixeira. Vereador de Fortaleza, médico e radialista, é um homem que se preocupa com a sociedade e busca melhorias representativas em áreas como a saúde, cultura e educação para o cidadão fortalezense.<br /><br />Iraguassu é um homem público polivalente: exerce hoje seu sexto mandato, começou sua atividade politica na militância do PDT em 1987. Como médico, participou de mais de 14 mil cirurgias pelo SUS, há mais de 30 anos atende no Centro de Saúde da Floresta no bairro Álvaro Weyne; trabalha também como comunicador há mais de 20 anos. Além disso, é Presidente Honorário do Maracatu “Vozes d’África”, foi líder do PDT-CE de 1994 a 1996, membro da Comissão de Saúde no mesmo período.<br /><br />Sua atuação enquanto legislador é expressiva. Autor de projetos importantes para Fortaleza, Dr. Iraguassu é responsável por leis municipais como a 9192/07, que obriga a existência de um cadastro dos membros de torcidas organizadas na capital, e pela lei 8825/04, responsável pela proibição no Município da venda de armas de brinquedo similares a armas reais.<br /><br />Disposto e bem-humorado, sentado na cantina do Grupo Cidade de Comunicação, onde trabalha como comunicador, Dr. Iraguassu Teixeira fala em entrevista sobre sua vida pessoal e profissional. O político de 68 anos, nascido em Canindé, é Cidadão de Fortaleza por título desde 2006. Afirma ter sempre levado a sério seus mandatos, procurando cumprir as promessas feitas em campanha eleitoral. Revela-se preocupado com a saúde pública, comenta sobre a liberação de verba para distribuição de gel lubrificante, fala sobre maracatu, realizações pessoais e como concilia três atividades públicas.<br /> <br /><strong>Como surgiu o interesse pela carreira política?</strong><br />Em 1988, Edson Silva foi candidato a prefeito. Eu já participava de campanhas pelo PDT, e Edson disse que queria que minha participação fosse ainda mais ativa no partido. No início recusei, pois sempre trabalhei na retaguarda, não falava em público. O que me interessava mesmo era a saúde pública, como medico, e não a política. Então Edson Silva, com mais outros amigos políticos, organizaram uma feijoada, sem que eu soubesse, para me convencer a participar. Inclusive eles fizeram até um cartaz, já haviam elaborado meu slogan (“PARA VEREADOR IRAGUASSU TEIXEIRA, O MEDICO”). Fico todo arrepiado só em lembrar. Então, fui oficialmente afiliado pelo PDT em 1988. Na época, quando me candidatei, seis políticos foram eleitos pelo partido e eu fui o mais votado. Na classificação geral, fui o 12o mais votado.<br /><br /><strong>Já passou por alguma situação difícil, embaraçosa, enquanto político?</strong><br />Não, eu sempre levei com dignidade o meu mandato. Sempre procurei cumprir as promessas de campanha, porque não uso de promessas mirabolantes. Trabalho pela saúde, educação...<br /> <br /><strong>Há algo na política que deixe Iraguassu Teixeira desapontado?</strong><br />Quanto mais velho, mais você gasta e menos você ganha. O governo atual, que sempre foi a favor do trabalhador, não acompanha o salário do cidadão ativo e do aposentado. Isso dói em mim porque luto pela classe trabalhista e pelo idoso.<br /><br /><strong>Quais dos projetos propostos pelo senhor na Câmara Municipal o senhor considera como mais importantes?</strong><br />Vários projetos já foram aprovados. No esporte, por exemplo, um deles é o projeto de criar o cadastramento com carteirinha para identificação do torcedor, falta apenas ser regularizado pela prefeita. Um outro projeto pelo qual me sinto realizado é o da criação dos laboratórios de atendimento para pacientes portadores de hepatite C, mas que ainda estão analisando.<br /> <br /><strong>Como o senhor concilia política, medicina e rádio?</strong><br />Todas elas são atividades públicas bem semelhantes. Com o trabalho médico, pude ajudar a maioria da população levando os problemas da saúde publica para o rádio e para a política no intuito de resolver. Então, saúde, rádio e parlamento se complementam.<br /> <br /><strong>Sente-se um homem realizado enquanto pessoa e enquanto profissional?</strong><br />Na Medicina, sinto-me cumprindo meu papel, já realizei mais de 14 mil cirurgias e hoje atuo como clínico. Na política, já não me sinto tão realizado: apesar de não ter aceitação completa de todos, tenho um bom número de eleitores, assessores, companheiros, e isso nos envaidece muito. Fui o mais votado da coligação com 8.013 votos na última eleição. No rádio, continuo trabalhando e aprendendo. Acho que o rádio é como a medicina, a cada hora, a cada minuto ele vai se modificando. Na função de pai, encaminhei dois filhos no campo da comunicação, pois nenhum quis seguir a Medicina, e tenho além de tudo, uma esposa maravilhosa.<br /> <br /><strong>E o maracatu?</strong><br />Sou bastante ligado à historia do maracatu, o porquê das pessoas brancas se transformarem em pessoas de pele negra, e às danças no ritmo afro. Eu sou defensor do maracatu. Infelizmente, temos memória curta em relação à nossa cultura, e o maracatu traz de volta à memória a história do negro no Nordeste. Sou o Presidente de Honra do maracatu Vozes d’África. Inclusive, próximo dia 25 de março, faremos uma solenidade afro-brasiliense, na Igreja do Rosário.<br /> <br /><strong>O Governo Federal liberou verba para a compra de 15 milhões de lubrificantes KY Gel. Isso repercutiu principalmente na mídia cearense, como em programas políciais, jornais e rádio. Qual sua opinião a respeito?</strong><br />Estranhei a preocupação do Ministro da Saúde quando ele liberou um percentual financeiro para compra do KY Gel. Ele tinha cortado orçamento em mais ou menos 42 milhões de reais, e com isso houve a redução de atendimento ao paciente cirúrgico. Enquanto isso, o mesmo governo libera verba para o KY Gel. Não tenho nada contra, pois a questão de opção sexual é individual, sendo o KY Gel usado no ato sexual. Depois, veio o contraponto de que eu estava exagerando e que servia para facilitar a penetração na mulher. Hoje, a população de idosos vem crescendo. Devido à cultura que vem se modificando, as mulheres mais velhas que tinham uma atividade sexual sofrida, agora com o KY Gel terão mais facilidade.<br /><br /><strong>Por quem trabalha o Dr. Iraguassu Teixeira, vereador de Fortaleza?</strong><br />Luto pelo respeito ao idoso, pois os jovens não os respeitam, o tratam como figura sem valor, tudo de ruim é o idoso. Não sabem que daqui a alguns anos serão idosos também, quero conseguir que através de leis regulamentadoras o idoso tenha prioridade de atendimento. A luta dentro da Câmara Municipal é que o Estatuto do Idoso seja respeitado nos postos de saúde.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-70795945290058387652009-04-15T12:46:00.000-07:002009-04-15T12:48:40.145-07:00Entrevistas 2009.1O blog inicia hoje a publicação das entrevistas realizadas pelos alunos de Técnicas de Apuração, Entrevista e Reportagem I (manhã) e II (noite). Os trabalhos foram aplicados como a primeira avaliação do semestre 2009.1 na FIC.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-25383421136173266712009-03-22T12:46:00.000-07:002009-03-22T12:48:35.538-07:00Iniciativa de responsabilidade promove inclusão social<span style="font-weight:bold;">Texto: Ederclinger Reis e Germana Cleia</span><br /><br />Nos últimos anos, são cada vez mais presentes organizações governamentais, empresariais e sociais atuarem em rede. Isso se deve a comparações de que um setor não pode viver isoladamente. A exemplo disso, temos iniciativas de responsabilidade socioambiental, que promove a inclusão na comunidade local, como ações de conhecimento, esportivas e cooperação.<br /><br />Inicialmente, cabe ao Estado o papel da responsabilidade objetiva na econômica e na política. Porém, as empresas influem numa escalada crescente para defenderem a idéia do papel social da empresa. Essa situação só é possível graças às iniciativas de projetos vindos das próprias comunidades ou organizações sociais. Assim, a empresa passa a se vê como componente da sociedade na possibilidade de melhorar realidades negativas existentes. O resultado é a instituição se tornar uma espécie de empresa-cidadã, que intermedia ações entre o Estado e a sociedade. A preocupação maior é com a qualidade de vida e o retorno econômico. A cultura de paz é conseqüência.<br /><br />Cidadão de Futuro, de iniciativa do BNB Clube de Fortaleza, é um exemplo de empresa-cidadã por meio do Projeto de Responsabilidade Social Empresarial, mas que tem parcerias com a Prefeitura de Fortaleza, o que mostra a rede entre setores da sociedade. Também está nesse circuito o Banco do Nordeste e a Associação Brasileira de Educação Familiar e Social – ABEFS. Desde junho de 2006, o projeto executa várias ações que buscam atender o plano de ação elaborado pelas entidades que formam a parceria operacional.<br /><br />Para Danilo Lopes, diretor cultural do BNB Clube, “o projeto oportuniza o estímulo da melhoria da comunidade através da participação em atividades sócio-educativas, possibilitando a inclusão social”. Danilo também fala da cultura de paz através do projeto. “Na medida em que os protagonistas da comunidade se envolvem no projeto, há uma transformação social e os índices de problemas diminuem. Aí a paz nas comunidades se concretiza verdadeiramente”, complementa.<br /><br />As atividades do Projeto buscam fundamentar trabalhos sócio-educativos, esportivos, culturais e de iniciação profissional, possibilitando aos participantes novas alternativas de inclusão social e de exercício da cidadania, utilizando como base física às instalações da Sede Praia do BNB Clube de Fortaleza (Caça e Pesca) e do Centro de Apoio Familiar Maria Adelaide e da ABEFS (Cocos).<br /><br />Mauro Oliveira, diretor do Cefet-CE Pirambu disse que "a verdadeira inclusão, nesse país, só se dará quando nós tivermos mecanismos que possibilitem os jovens se apropriarem do seu entorno social."<br /><br />A população da área atendida está em torno de 10.568 habitantes (IBGE, 2000), sendo 4.494 (42,5%) com menos de 18 anos. Os moradores da área de abrangência do Projeto vivem num contexto onde muitas vezes não se verifica condições mínimas de higiene, saneamento e atendimento médico suficiente para a demanda. O morador Francisco das Chagas, 55 anos, disse que “a comunidade avançou bastante, mas ainda há muito o que fazer porque as pessoas são muito carentes e o papel é de todos”.<br /><br />A realidade educacional da área apresenta deficiências em relação ao direito à educação, verificando que a população não possui elementos confiáveis sobre o diagnóstico de sua realidade, principalmente no que diz respeito a este aspecto.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-56238068391943664202009-03-22T12:38:00.000-07:002009-03-22T12:42:30.754-07:00A via-crucis do ecumenismo<span style="font-style:italic;">A pretensão revolucionária da união entre igrejas em busca de tolerância e paz gera polêmica, preconceito e resistência no meio religioso</span> <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Texto: Regina Duarte, Suzy Valério e Gabriela Bezerra</span><br /><br />Ecumenismo é o processo de busca da unidade. O termo que surgiu na Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, em 1910, provém da palavra grega "oikos", que significa casa, querendo indicar "toda a terra habitada". Num sentido mais restrito, esse termo é colocado quando se fala nos esforços em favor da unidade entre igrejas cristãs. Num sentido amplo, também chamado de macro-ecumenismo, pode demonstrar a busca da unidade entre as religiões ou mesmo, da humanidade.<br /><br />No dicionário, ecumenismo é definido como o movimento que visa à unificação das igrejas cristãs, que engloba a católica, a ortodoxa e a protestante. A definição da Igreja diz que é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs. Atualmente, o termo tem um significado estritamente religioso, apesar do seu contexto histórico abranger os aspectos geográfico, cultural e político.<br /> <br />No Brasil e no mundo existem vários organismos de natureza ecumênica. O mais importante, no Brasil, é o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, o CONIC, fundado em novembro de 1982, com sede em Brasília e cujo símbolo é um barco. Seus membros são: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Cristã Reformada, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e Igreja Católica Ortodoxa Siriana do Brasil. No Ceará, o movimento ecumênico se torna concreto através do Conselho de Orientação do Ensino Religioso do Ceará, o CONOERCE, presidido pelo pastor da Igreja Bastista, Samuel de Aguiar Munguba Jr.<br /><br />O presidente do Conselho de Orientação do Ensino Religioso do Ceará, o CONOERCE, Samuel Munguba Junior, falou com a nossa reportagem sobre seu trabalho.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">O ecumenismo é um tema muito polêmico. O que é o ecumenismo na sua visão? </span><br />O ecumenismo na minha ótica é o diálogo religioso entre as religiões, não a junção de religiões, é cada Igreja, cada um que pertence a uma Igreja, tem o respeito, o carinho, o amor. Você não simplesmente isola uma pessoa, diminui uma pessoa por aquela prática daquela religião. Eu tenho amigos que são macumbeiros, espíritas, católicos e os da Igreja Batista, que é a minha religião. Você não pode rotular uma pessoa pela religião que ela professa. Eu acho que isso é uma questão de cultura de paz. <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Então, qual a sua visão sobre cultura de paz do ponto de vista do ecumenismo? </span><br />Eu acredito que o nome cultura de paz é bem apropriado porque é o seguinte: isso não é uma ação isolada, você não pode ter apenas uma ação de uma Igreja, de uma entidade, de uma universidade, mas deve ser uma cultura, ou seja, cultura é aquilo que é próprio de um povo. Você tem que criar mecanismos para que as pessoas possam começar a pensar dessa forma. Por exemplo: se você não joga lixo na rua é porque você aprendeu, essa é a cultura daquele povo. Isso deve acontecer com a paz. Não é simplesmente a ausência de guerra, é o envolvimento de toda sociedade com atos claros de paz. Assim como o amor não é sentimento, o amor é prática, a paz também não é apenas um rótulo que você coloca, mas é uma vivência.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">De que forma o ecumenismo pode contribuir para a cultura de paz? </span><br />A minha maneira de ver é que Deus é grande demais e nós não compreendemos toda a dimensão de Deus. Eu consigo compreender uma parte disso, então, eu vou tentando compreender mais. O importante é você ser humilde o suficiente pra dizer: “Eu entendo dessa forma, mas ela não é a única verdade”.<br /><span style="font-weight:bold;"><br />Algo aconteceu em sua vida para que o senhor se engajasse nessa filosofia de cultura de paz? </span><br />Eu também sou cantor. A venda dos meus CD’s rendia uma média de R$ 300.000 por ano. Quando CONOERCE, no outro dia, cortaram meus CD’s das rádios, não me chamaram mais pra nada. Eu fazia show no (Estádio) Castelão, show no (Estádio) Presidente Vargas e em grandes locais da cidade. No outro dia, eu não existia mais para a comunidade evangélica. Foi um preço muito alto que paguei, mas faço isso porque acredito que alguém precisava fazer. <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Dentre várias outras atividades, além de ser líder de uma igreja evangélica, o senhor é presidente do CONOERCE, o movimento ecumênico do Ceará. Como funciona esse movimento? </span><br />Nós ficamos conhecidos na área do ecumenismo porque ela aglutina padres, pastores, líderes religiosos e nós aprendemos a convivência do diferente juntos. Aliás, tivemos que aprender por causa da lei. A lei diretriz base de educação. Ela é a teoria da existência do CONOERCE, mas nós tínhamos de aprender na prática, ou seja, foi o jeito, não é porque nós somos bonzinhos, não é porque a Igreja Católica é maravilhosa ou a Igreja Batista... Não! É porque é lei. A lei disse que precisava existir e nós fomos aprendendo no dia-a-dia com essa convivência.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Há muita polêmica envolvendo o movimento ecumênico. O senhor é muito criticado?</span> <br />Eu acho que já fui bem mais, mas a gente tem que aprender com as diferenças. Eu aprendi uma coisa: o diferente não é, necessariamente, meu inimigo, ele é meu professor, ele me ensina o que eu não vivo, aquilo que eu não sei, que não compreendo. O diferente é importantíssimo pra mim.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">A gente observa que o fanatismo é motivo de guerras históricas. Como o ecumenismo pode contribuir para que haja uma mudança em favor da cultura de paz? </span><br />O fanatismo é utilizado sempre através do poder e das igrejas pra conquistar mais, pra dominar, pra manipular. Na nossa Igreja o que eu mais trabalho é a questão da conscientização, ou seja, eu quero que as pessoas pensem e é muito difícil você levar as pessoas a pensar, porque as pessoas que mande nela, alguém que domine, alguém que decida por ela, porque se der certo o mérito é da pessoa, mas se der errado, ela tem a quem culpar. O fanatismo vai por aí, alguém domina a sua vida, que diz que você não vai para o céu se faz aquilo, que, se fizer, perde a salvação. A Igreja Batista, no meu caso, é muito aberta, ela faz você pensar sobre a vida. Agora, eu fico preocupado com o seguinte: se nós observarmos as grandes guerras, sempre há um fundo religioso. Nós precisamos trabalhar para que a religião liberte. A religião mal vivida aprisiona mais do que liberta.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">De que forma cada indivíduo poderia contribuir para a paz no mundo?</span><br />A mudança começa em cada um. No meu caso, eu sou pai, então, como eu trato meus filhos? Como eu trato a minha esposa? Eu acho que o grande desafio de um Pastor é que quando eu estou pregando, eu tenho a minha mulher e meu filho na primeira fila olhando pra mim, medindo exatamente quem eu sou, qual a integridade da minha vida. E ser íntegro é ser a mesma pessoa sempre. Eu acho que a cultura de paz começa por aí, quando eu sou íntegro. Ser a mesma pessoa e investir na sua vida, no seu relacionamento. Cultura de paz começa em casa.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-43618091361226752572009-03-22T12:26:00.000-07:002009-03-22T12:32:38.183-07:00A paz pela comunicação<span style="font-weight:bold;">Texto: Antônio Júlio, Serena Morais e Monika Maud</span><br /><br />Detentos julgam, condenam e executam no interior do IPPS. É essa a principal manchete veiculada pelo jornal Diário do Nordeste do dia 17 de novembro de 2008. E como essa, muitas outras fazem parte do cotidiano dos milhares de leitores, ouvintes e telespectadores da nossa imprensa. A tese de que a imprensa está cada vez mais sensacionalista vai se confirmando. “Espreme que sai sangue”, livro do jornalista Danilo Angrimani expressa uma grande verdade. <br /><br />Inquietos com a veiculação de tanta violência pelos próprios meios de comunicação, um grupo de amigos, formado por empresários e jornalistas e outras pessoas de diversos segmentos da sociedade, começou a pensar uma forma de participação que pudesse amenizar tamanha proliferação de má noticia. Assim nasceu a Agência da Boa Noticia – ABN, a partir da necessidade de paz e com a vontade de dar e receber boas notícias.<br /><br />Para o professor e jornalista Francisco Souto Paulino, a missão da ABN é estimular a cultura de paz através da comunicação. A paz entrando nos lares, no som dos ônibus ou do carro, na mente e no coração de cada um de nós. Esse é o fruto “saboroso” que se pode colher. Ainda segundo Souto, a comunicação e todos os que trabalham com ela, são realmente o solo fértil que a Agência da Boa Notícia buscava.<br /><br />“Talvez aquele grupo de amigos fizesse um movimento, uma campanha ou um conjunto de ações temporárias, mas não seria o suficiente. Quantas campanhas têm sido feitas em prol do meio ambiente, da ética, disso e daquilo, e esquecemos o assunto no fim do projeto? A paz é uma conquista diária, permanente, que cresce com água, sol e adubo”, afirma Souto.<br /><br />A ABN é hoje um instrumento sensibilizador dos meios e dos profissionais de comunicação, captando, elaborando e veiculando as notícias: não qualquer notícia, mas boas notícias. Souto Paulino define como boa notícia àquela que tem função social, que harmoniza a sociedade.<br /><br />Na mesma linha de pensamento da ABN a Agência de Notícia Esperança - AnotE se define como um espaço onde as pessoas podem denunciar sem medo tudo aquilo que é contrário à vida. A Anote acredita que tornar públicos os trabalhos de promoção dos Direitos Humanos, na maioria das vezes omitidos pela grande mídia, contribui para despertar o interesse e a necessidade de participação das pessoas. Por isso o seu público alvo é aquele que o modelo de desenvolvimento segregador teima em chamar erroneamente de minorias.<br /><br />Desde a sua criação, em junho de 1996, a AnotE carrega consigo o sonho e a luta de um mundo sem exclusão social, sem violência, feliz para todos. Daí o porquê de no seu nome trazer a Esperança.<br /><br />Ana Lourdes, articuladora das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs da Arquidiocese de Fortaleza, considera a AnotE como sendo um espaço de anúncio de boas notícias produzidas pelas comunidades, espaço onde se pode denunciar sem medo tudo aquilo que é contrário à vida. <br /><br />Para atingir seus objetivos a AnotE e a ABN contam com pessoas e movimentos da caminhada, parceiros e parceiras que acreditam num outro mundo possível, dando suporte para que as boas notícias possam chegar como sinal de esperança, através dos meios de comunicação. Confira algumas das boas notícias nos sites da <a href="http://www.boanoticia.org.br/noticias.php">Agência da Boa Notícia</a> e da <a href="http://www.anote.org.br/novosite/">AnotE</a>Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-79272494901374395022009-03-22T12:16:00.000-07:002009-03-22T12:23:36.001-07:00Cultura de paz na sociedade contemporânea<span style="font-weight:bold;">Texto: Fernanda Gomes, Renata Gomes e Vanessa Schramm</span><br />O termo cultura de paz serve para designar um conjunto ações que promovem, na sociedade, uma mudança na forma de relacionamento entre os indivíduos. A cultura de paz é imprescindível para pensarmos na tolerância, no relativismo cultural, no respeito à diversidade e, sobretudo, na democracia.<br /><br />Carla Michele Andrade de Quaresma que é bacharel em Ciências Sociais, mestre em sociologia, doutoranda em comunicação e cultura contemporânea na Universidade Federal da Bahia e professora das disciplinas de metodologia científica e sociologia na Faculdade integrada do Ceará nos forneceu algumas informações a respeito do assunto. Para a professora, os indivíduos estão fechados ao diálogo uns com os outros. “Nós somos pouco abertos ao diálogo, à conversação. E a partir de tudo isso surgem intolerâncias e o desrespeito aos direitos do outro, o desrespeito ao direito à diversidade. Então, devido a essa incoerência é que praticamos, na maioria das vezes, aquilo que se contrapõe à cultura de paz”, disse a socióloga.<br /><br />O diálogo pode, também, contribuir para a cultura de paz. A relação dialógica ajuda os indivíduos a entender o desconhecido, ajuda-os a aceitar o diferente.<br />As instituições de ensino podem oferecer suporte na formação do indivíduo desde cedo com a conversação, educação pela diferença e respeito pelo próximo. É necessário que as instituições de ensino tenham consciência de que precisam ensinar a cidadania e não apenas níveis técnicos. As instituições de ensino têm que se conscientizar de que os indivíduos não estão preparados adequadamente para a sociedade. <br /><br />Para Carla, quando os indivíduos se preparam para o mercado de trabalho, eles se preparam para desenvolver alguma competência específica, mas não se preparam para a vida social e para a relação dialógica. “As instituições de ensino têm que exercer esse papel fundamental de ensinar a cidadania e ensinar aos indivíduos a tolerância e o respeito ao outro”, ponderou a socióloga.<br /><br />Atualmente, percebemos uma desagregação familiar na sociedade. As famílias contribuem para a formação dos conceitos do indivíduo. Uma família má estruturada provavelmente originará indivíduos desinformados e propícios á violência porque não tiveram o exemplo de respeito e amor que deve existir numa relação familiar. Ter um bom exemplo a seguir é necessário para um indivíduo que está formando seu caráter e valores para enfrentar a sociedade futuramente.<br /><br />Para Carla, a formação íntegra das crianças e adolescentes deve ser um trabalho compartilhado entre família e escola. “Tem que ser uma educação em conjunto: família, escola e as demais instituições sociais. Todas as instituições de ensino devem atuar no sentido de promover a cultura de paz”, acredita a socióloga Carla.<br /> <br />A jornalista, doutoranda de assessoria de comunicação e bacharel em Direito Ângela Marinho, concorda com as idéias da socióloga e acrescentou aspectos relevantes para a formação da cultura de paz. Para ela, as crianças têm que ser educadas desde cedo. “Se você educar seu filho respeitando o direito do outro desde criança, então começa uma cultura de paz na infância”, foi o que Ângela informou.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">A cultura de paz na comunicação</span><br />Os meios de comunicação veiculam a violência porque existe audiência para isso. A mídia pode influenciar a sociedade que não está preparada para o consumo das idéias vendidas nos meios de comunicação. Os programas e jogos com conteúdo violento podem incentivar à violência.<br /><br />Segundo Ângela Marinho, os jornalistas, empresários e publicitários podem contribuir para a cultura de paz a partir da criação de textos que apenas informem o público sem confrontar e sem fazer apologia à violência. “Eu acho que você pode permitir a informação, respeitando a privacidade e integridade alheia, entretanto isso não é feito com freqüência”, destacou a jornalista.<br /><br />“Todos nós devemos fomentar o respeito ao outro, à dignidade humana e às instituições democráticas. Toda a sociedade tem que se mobilizar em prol dessa causa porque é um trabalho em conjunto. Nós estamos numa situação caótica e termos que nos alertar”, disse Carla Michele.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-75713086131634829312008-11-23T13:26:00.000-08:002008-11-23T13:28:31.729-08:00Cobertura da Semana de ComunicaçãoNos posts abaixo, vocês conferem a cobertura de alguns eventos da Semana de Comunicação da Faculdade Integrada do Ceará, realizada entre 11 e 14 de agosto. Os alunos Davi Garcia, Ederclinger Reis e Antônio Júlio Souza mostram alguns dos painéis de discussão conduzidos durante o evento, em um exercício de apuração e produção noticiosa.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-41558921160497496442008-11-23T13:22:00.000-08:002008-11-23T13:26:33.024-08:00Estímulos da mídia criam equívocos de percepção<span style="font-weight:bold;">Texto: Antônio Júlio Souza</span><br /><br />A Estética do Belo na Construção da Imagem dos Ídolos foi o tema abordado nesta sexta feira, 14/11, quarto e último dia da Semana de Comunicação, evento promovido pelos alunos, professores e coordenadores dos cursos de jornalismo e publicidade da Faculdade Integrada do Ceará - FIC. O tema encerra a pretensão da SEMACOM de provocar uma profunda discussão sobre o Espetacular Mundo da Mídia.<br /><br />Afinal, o que é o belo? Assim começa a fala da professora da FIC Valeria Geremia, uma das convidadas para debater sobre o tema. Para Valeria o mundo tem beleza para quem sabe apreciar. E a mídia, disse ela, muitas vezes nos rouba a percepção do belo, pois passamos a achar que o belo está somente na TV. A falta de criticidade, segundo Valéria, nos leva a olhar a beleza da rosa sem nos dar conta de que não há nela perfume nem espinhos (uma referência ao filme Beleza Americana). “A mídia produz beleza para vender. Até que ponto a beleza exposta pela mídia nos faz bem?” , pergunta ela.<br /><br />Recorrendo à história do Pequeno Príncipe de autoria do jornalista francês Saint Exupery, quando ele diz que o essencial é invisível aos olhos, a professora da Faculdades Nordeste - FANOR, Ana Valeska, inicia sua participação no debate. Segundo Valeska, os estímulos excessivos criam equívocos de percepção, uma rede de ilusões, podendo até levar à cegueira ( fazendo alusão à obra Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago) “Se o essencial é invisível aos olhos, então há o equívoco”, afirma.<br /><br />A mídia, na concepção de Ana Valeska, não está preocupada com o cidadão, mas com o consumidor que ele é. Por isso, segundo ela, é valido o pensamento de Leonardo Boff quando ele diz que é preciso a superação do capital material pelo capital espiritual. Pois este, o capital material, desagrega o ser em vista do ter. E passa-se a viver num mundo de aparências. Valeska conclui sua fala dizendo que o ser humano precisa encontrar o belo único que é ele mesmo, não se adequando aos padrões e evitando as armadilhas do sistema.<br /><br />“O belo é algo que não é padrão. É o sentimento que cada pessoa externa daquilo que ela tem de melhor.” Assim definiu Vitor Hugo, aluno do sexto período de jornalismo, um dos alunos presentes à palestra.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-91675581894447982762008-11-23T13:19:00.000-08:002008-11-23T13:22:23.885-08:00Semana de Comunicação debate "Espetacularização da Política’"<span style="font-weight:bold;">Texto: Ederclinger Melo Reis</span><br /><br />"Espetacularização da Política" foi o tema debatido no terceiro de dia da Semana de Comunicação, 13 de novembro, no Auditório Principal da Faculdade Integrada do Ceará, sede Via Corpvs. O assunto foi mais um ponto discutido na Semana que tinha como temática ‘A espetacularização na Mídia’. O Professor de Comunicação Social Adilson Nóbrega mediou o evento, que foi chamado de “picadeiro” - em referência ao tema da Semana, espetáculo - pelo coordenador do curso de Publicidade e Propaganda Reginaldo Gurgel Moreira, onde estiveram no centro o recém eleito vereador João Alfredo e o editor do núcleo de Conjuntura do jornal O Povo, Gualter George.<br /><br />João Alfredo destacou o espetáculo propriamente dito na política, a forma de como é tratada a política diante da sociedade, em que há uma relação de consumo entre políticos e eleitores. Além disso, ele citou os recursos eletrônicos utilizados como componentes que têm ajudado, como a Internet, uma nova forma de comunicação. Por trás disso, o marketing na política é um ponto fundamental para a visibilidade de um candidato numa eleição, onde o discurso é importante. Alfredo afirmou que não é resultado desse espetáculo porque havia pouco tempo na mídia para o partido dele, o Psol.<br /><br />Já Gualter debateu a cobertura da mídia diante da política. Ele reconheceu o espetáculo da mídia, mas que se não forem trabalhados outros pontos importantes para o candidato, provavelmente não será eleito. Também, lembrou a relevância da capacidade de que cada pessoa para decidir por si e não minimizar o raciocínio de cada um. “A população não é uma massa de manobra”, disse o jornalista. A Internet também foi um aspecto citado por Walter como também um fator determinante de sucesso de um político, além da existência de vários outros itens para tal.<br /><br />Apesar de ter apenas um público de aproximadamente cinqüenta pessoas, segundo os organizadores do evento, houve uma boa participação no debate com perguntas que levaram a questionar os convidados.<br /><br />Para João Alfredo, o momento é importante porque há a possibilidade de ter a própria visão crítica da profissão tanto do jornalismo como da publicidade, “não só da profissão, mas o próprio papel da mídia na sociedade de massa”, disse. Ele ainda espera ter contribuído com o debate levantando questionamento da política no meio da comunicação. “Espero ter contribuído para formar uma consciência crítica do estudante e do profissional”, complementa. O professor Reginaldo destacou que o momento foi para acrescentar o conteúdo debatido na formação dos alunos de publicidade e jornalismo, “conteúdo que vai além da sala de aula através dos convidados”, relatou.<br /><br />O vereador do Psol também falou que sente falta de debates como este na sociedade. “Tem que haver mais debate para a sociedade, ela tem que entender o sistema, o papel da mídia, como se fosse um bom produto, exercitar seu papel como cidadão nesse meio para não virar uma mera consumidora, acrítica e não virar massa de manobra de interesses”, frisou.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-19212757768040367642008-11-13T05:21:00.000-08:002008-11-13T05:24:37.136-08:00O circo do espetáculo está armado<strong>Texto: Davi Garcia</strong><br /><br />A Semana de Comunicação (Semacom) de Faculdade Integrada do Ceará (FIC) teve início nesta terça-feira, 11/11, com o tema ``O espetacular mundo da mídia``. A conferência de abertura foi realizada no auditório da faculdade, ambientado de forma a lembrar um grande circo, com fitas coloridas no teto e balões espalhados pelo local. No centro do picadeiro estavam os palestrantes: o presidente da Agencia Boa Notícia, professor Souto Paulino e o teatrólogo e sociólogo Oswald Barroso.<br /><br />A palavra inicial foi dada pela diretora da unidade Via Corpvs da faculdade Jaqueline Rios, que disse sentir-se “um pouco de malabarista, contorcionista, mágica, domadora e até palhaça”, fazendo referência aos seus afazeres como diretora. Em seguida, os coordenadores dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, Rosane Nunes e Reginaldo Gurgel, respectivamente, agradeceram e presença do público e destacaram a importância do evento para o aprendizado dos alunos. O representante do Diretório Acadêmico de Comunicação Social (Dacs) Anderson Pires salientou o apoio da direção na organização do evento e disse que o tema da Semana era uma crítica à sociedade e visava fomentar o pensamento crítico, em seguida passou a palavra aos palestrantes, que discorreram sobre o espetáculo na mídia.<br /><br />Oswald Barroso fez referência aos ritos do passado, afirmando que o espaço do evento, que lembrava um circo, era ritual. Para ele, os ritos foram aos poucos se transformando em espetáculo. Também fez menções ao teatro grego e à separação entre palco e platéia. Segundo ele, a mídia eletrônica favorece essa separação, onde a massa é um espectador passivo. <br /><br />O professsor Souto Paulino destacou o poder da informação e fez críticas àqueles que dizem que tudo é culpa dos meios de comunicação. Para ele a notícia pode ser apresentada por diversas ângulos, a escolha é de quem a faz. Ele fez referência aos programas policiais e disse que eles usam a fração como um todo para fazer o sensacional.<br /><br />O espaço foi aberto para debates e o assunto mais abordado foi a violência na mídia. Para os palestrantes, esse apelo à violência se dá porque há uma união entre a indústria das armas e a indústria do entretenimento, as duas lucrativas.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-89961215549906432722008-11-12T12:07:00.000-08:002008-11-12T12:09:58.723-08:00EntrevistasSegue abaixo algumas das entrevistas dos alunos da turma 2008.2. Como entrevistados, o jornalista e professor da Faculdade Integrada do Ceará Moacir Maia, o cantor e compositor Moska e o atleta de vôlei de praia Márcio Araújo.<br /><br />Como linha editorial, a proposta de, por meio da entrevista pingue-pongue, abordar aspectos da trajetória de cada um dos entrevistados.<br /><br />O resultado pode ser conferido pelos leitores deste blog nos posts abaixo.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-57487644971623560972008-11-12T11:34:00.000-08:002008-11-12T12:06:18.326-08:00Dinamismo profissional<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA8ilw3B5mzXc0HpzUyyES9Y6OEtD6ntsbl1P_HuS5v6fDN13w5iIGXU0_MgcqEnVYjbomxEoWCkTM5sIU1hFHdITBH05aml9xtzFiQaX8hjDOMPyzqMuI30HjkdpMXUfk8sEH7EfB3pGm/s1600-h/Moacir.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 130px; height: 190px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA8ilw3B5mzXc0HpzUyyES9Y6OEtD6ntsbl1P_HuS5v6fDN13w5iIGXU0_MgcqEnVYjbomxEoWCkTM5sIU1hFHdITBH05aml9xtzFiQaX8hjDOMPyzqMuI30HjkdpMXUfk8sEH7EfB3pGm/s200/Moacir.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5267858275964882242" /></a><br /><strong>Texto: Maira Pinho, Mônika Maud, Serena Morais<br />Imagens: Serena Morais<br />Entrevista: Serena Morais</strong><br /><br />O jornalista Moacir Maia dos Santos iniciou sua participação no campo da comunicação social cedo, ainda no colégio, localizado em Limoeiro, interior do Ceará, sua cidade natal. Ele e seus colegas tinham um programa de rádio chamado Tocando o Vale pra Frente, tocado nas manhãs de domingo. Mudou-se para a capital, Fortaleza, com o objetivo de concluir o 2º grau e iniciar a faculdade que desejava, Comunicação Social.<br /><br />Em poucos anos passou de estagiário em rádio para correspondente local pelo sistema Globo de Televisão. Esteve à frente de um telejornal local como apresentador, foi colunista, repórter. Um profissional que ocupou muitos cargos e que não se deixou abater pelas irregularidades e falta de ética, por acreditar na responsabilidade atribuída à sua profissão de passar informações como realmente são, à população.<br /><br />Sempre esteve ligado às lutas e reivindicações por melhorias à classe dos profissionais de jornalismo, tornando-se presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) durante três anos. Durante sua gestão obteve várias conquistas para os jornalistas cearenses: ampliaram 75% dos associados do sindicato; tiveram ganho de 32 pontos percentuais acima da inflação do período, no Piso salarial; realizaram congressos e eventos.<br /><br />Na entrevista realizada no Tribunal Regional do Trabalho onde ocupa o cargo de assessor de comunicação, Moacir Maia deixou bem claro, a paixão pela comunicação e diz que nunca irá se aposentar, pois sempre estará pensando em uma nova forma de informar. O jornalista esteve sereno durante toda a entrevista e demonstrou orgulho ao falar das conquistas e experiências que acumula no seu currículo.<br /><br /><strong>Serena </strong>- Você veio pra Fortaleza para estudar ou tiveram outras razões?<br /><strong>Moacir</strong> – Na verdade, em Limoeiro <em>[cidade natal]</em>, já tinha faculdade, a Aureliano Matos, mas não tinha terceiro ano científico, curiosamente. (...) Então eu vim pra cá pra fazer terceiro ano e vestibular. Fiz terceiro ano em três colégios distintos. Consegui uma bolsa para estudar, desde que treinasse handball. Fiz vestibular pra jornalismo e direito. Ainda fiz metade do curso de direito, na Unifor.<br /><br /><strong>Serena</strong> – Porque abandonou o curso de direito?<br /><strong>Moacir</strong> – Foi quando eu comecei a trabalhar na Caixa Econômica, como estagiário. Fazer duas faculdades e trabalhar um expediente é pior do que trabalhar dois expedientes e fazer uma faculdade. E na realidade eu queria jornalismo. No começo foi uma dúvida fazer Engenharia de Pesca ou Jornalismo, mas como eu já tinha participado de um movimento jovem lá em Limoeiro, tínhamos um programa de rádio chamado Tocando o Vale pra Frente, feito aos domingos pela manhã, então decidi ficar na comunicação que já era algo que gostava.<br /><br /><strong>Serena</strong> – Qual foi sua primeira experiência, aqui em Fortaleza, na área de Jornalismo?<br /><strong>Moacir</strong> – Foi em 82, fui fazer um estágio na TV Verdes Mares, na rádio. Ao final de 83apareceu uma vaga e fui contratado. Fiquei até 86 quando, depois de um curso da TV Globo, eu passei da rádio para a TV Verdes Mares.<br /><br /><strong>Serena</strong> - Quando você se tornou correspondente nacional da Globo?<br /><strong>Moacir</strong> - Em 88 a Globo pressionou as afiliadas e determinou que montassem núcleos para atender os telejornais de rede. Fiquei 8 ou 9 anos fazendo matérias para os telejornais de rede. Um período bom, de muito aprendizado porque se tem, às vezes, muitas limitações de pauta por questões paroquiais e, quando é uma matéria pra Rede nos poupa de desgastes locais. Permitiu-me ter ido emprestado uns 3 anos seguidos para a TV Globo em São Paulo/Rio, trabalhando lá também. Foi um período muito rico em agregar conhecimento porque todo dia você aprende uma coisa nova.<br /><br /><strong>Serena</strong> - Existe diferença do jornalismo local para o que é feito para Rede Nacional?<br /><strong>Moacir</strong> - O que eu verifico é que quando as empresas estão vinculadas a grupos econômicos e políticos, sempre existem os interesses pontuais. Mas o que, fundamentalmente, importa é se o profissional está disposto a fazer jornalismo bem feito e isso impõe, em determinados momentos, que você brigue um pouco mais, se indisponha um pouco mais sobre algumas chefias. Eu lembro que o Jornal Nacional chegou a colocar duas matérias, de dois repórteres distintos e isso para uma afiliada é algo assim [<em>pausa</em>] fantástico. A pauta no Jornal Nacional por exemplo, é muito fechada, com 60/70% da pauta para o Rio, São Paulo ou Brasília e o resto do país brigando por um minuto. É interessante perceber que nós podemos criar uma referência boa daquilo que produzimos e não só sair matéria da seca.<br /><br /><strong>Serena</strong> - Você já teve problemas com empresas e profissionais devido a falta de ética?<br /><strong>Moacir</strong> - Aquele que capitular diante do imperativo ético, aquele que se deixar dobrar por interesse pontual da empresa ou de um chefe e abrir mão de cumprir estritamente o que está preconizado no código de ética da nossa profissão, não deveria nem ter entrado. Eu cheguei a ter problemas com colegas, querendo ser mais realistas que o rei, querendo agradar mais do que deveriam, ou pelo simples exercício profissional, querendo agradar “puxando o saco”. Isso me colocou em situação um pouco incômoda de ter que peitar a própria empresa. Eu lembro um episódio onde eu cheguei a dizer que não refaria a matéria por uma questão muito simples: “eu sou repórter da Verdes Mares porque eu sou jornalista. Eu não sou jornalistas porque sou repórter da Verdes Mares”. No dia que alguma empresa quiser obrigar um jornalista a fazer alguma coisa que vai em desacordo com o código de ética da profissão dele, não espere ser demitido pela empresa, demita-a antes, pois ela não te merece. O único patrimônio que um jornalista pode se dar o luxo de classificar como inalienável e que ele vai construir sua vida honestamente, é um nome que faça referência e tenha pertinência numa postura ética.<br /><br /><strong>Serena</strong> – Você acha que a disciplina de Ética na faculdade é de fundamental importância? <br /><strong>Moacir</strong> - Eu tenho críticas ao que se tem apresentado como proposta de uma nova grade curricular para os cursos de jornalismo. O debate que vai pra sociedade e que aparece como imperativo permanente de questionamento é: porque que jornal tal não deu determinada matéria, e é esse o debate ético que está na sociedade. Pena estarmos em um momento que alguns valores da sociedade como um todo seja o ponto de vista ético na política, nos negócios. Mas eu continuo acreditando que aquilo que é necessário à formação do jornalista é que ele possa adquirir um conjunto de valores e de referência que o leve objetivamente a ter plena consciência de que o jornalismo só existe, nessa perspectiva de serviço público, quando ele está focado na defesa intransigente do interesse difuso, do interesse coletivo e isso impõe verdadeiramente a capacidade de fazer um jornalismo ético.<br /><br /><strong>Serena </strong>- Como você chegou à presidência do Sindjorce?<br /><strong>Moacir</strong> - Eu comecei a frequentar o Sindjorce ainda estudante, depois me associei como profissional. Durante a gestão do Amaury, em 1995, eram duas chapas na disputa, então sugeri unir ambas, pois era um sindicato pequeno, não havia porque ter briga, então fomos eleitos. Para mim foi um aprendizado fantástico. Digo sempre que quem for convidado a compor uma chapa do sindicato, não pense que aquilo é trabalho ou peso nos ombros. É uma honra acima de tudo, e mais que isso, é uma oportunidade fantástica de aprendizado. Foi um período riquíssimo em que eu cresci muito como cidadão e como profissional. Foram 3 anos que trabalhamos em várias frentes, ampliamos em 75% o número de associados do sindicato , tivemos um Piso salarial com ganho de 32 pontos percentuais acima da inflação do período - os três anos acumulados, tivemos uma capacidade de inserção na vida da comunidade com o projeto Área da Cultura, fomos o sindicato que mais promoveu congressos e eventos no país inteiro nesse período.<br /><br /><strong>Serena</strong> – Você pensa em se candidatar novamente ao cargo de presidente do Sindjorce?<br /><strong>Moacir</strong> – Eu continuo na militância como diretor da FENAJ e participo da vida do sindicato, mas não cogito um novo mandato a presidente.<br /><br /><strong>Serena</strong> – Desde quando você está engajado a FENAJ?<br /><strong>Moacir</strong> – Eu estou na diretoria da FENAJ, no Departamento de Relações Internacionais, há três gestões seguidas.<br /><br /><strong>Serena </strong>– O que o levou a entrar na área do ensino em jornalismo? O que você espera passar aos futuros jornalistas como professor?<br /><strong>Moacir</strong> – Uma colega de trabalho, sempre dizia para eu integrar a academia, ajudar a formar e refletir com os meninos sobre o jornalismo. Até que um dia o Alejandro [<em>Sepúlveda, ex-coordenador do curso de Jornalismo da FIC</em>] me ligou e convidou - era a primeira turma ainda que iria se formar da FIC – para dar a disciplina de Telejornalismo e depois a disciplina de Realidade Regional de Comunicação. Fui com o melhor dos sentimentos, a maior boa vontade, tentar ajudar. Já tentei articular com outros colegas a idéia de fazer um encontro com os professores de jornalismo aqui do Ceará, que nunca teve, pra começarmos a trabalhar uma pauta com algum sentido de unidade, objetivando a melhor formação. Isso é uma despeita, as instituições terem as suas brigas de mercado. Precisamos unir um pouco mais as nossas forças, porque parece que falta muito essa articulação. Nós, na área da comunicação, nos comunicamos muito pouco, trocamos pouco nossas experiências, recebemos pouco de auxílio dos companheiros. Eu já pensei em parar, pois é cansativo, às vezes até um pouco desestimulante, mas eu acho que temos compromisso com essa causa. <br /><br /><strong>Serena </strong>– Os programas Cena Pública e Ciclo de Debates, que você apresenta na TVC, são produções relacionadas entre si ou existe uma diferenciação?<br /><strong>Moacir</strong> – Na verdade a pauta do Cena Pública é mais ampla possível. É discutido de célula tronco à CPI dos Grampos. Então aquilo que a experiência humana alcança, que a sociedade experimenta como objeto das suas relações cotidianas, nós temos na pauta do Cena Pública. O Ciclo de Debates já é um projeto mais novo, ele guarda obediência pra habitar mais no eixo da política e da economia. É um programa de uma pretensão um pouco mais segmentada, porém com a preocupação de estar contextualizando esses temas que pareçam ser meramente segmentados pra chegar mais amplos ao espectro da população. Eu tenho um projeto para outro programa na TVC, na área de música, que é um setor que me atrai fantasticamente. Mas é tudo uma questão de ter tempo e capacidade de se articular e fazer o projeto rodar.<br /><br /><strong>Serena</strong> – Devido à experiência que você acumula, já passou pela sua cabeça relatá-las por escrito?<br /><strong>Moacir</strong> – Já, mas me considero meio indisciplinado naquilo que me vem como idéia às vezes. Porque eu acho que pra correr atrás daquilo que precisamos, até pra sobreviver, há necessidade de ter disciplina, pois eu sempre entrei nas coisas muito de cabeça. Nos últimos tempos eu tenho pensado mais em como refletir, não só o relato puro e simples dessas experiências, mas reflexões que permitam inclusive guardar obediência àquilo que apreendemos ao longo da vida profissional que é o sentido exato do que representa ser jornalista. Entendendo essa atividade como algo extremamente essencial à vida em sociedade, sobretudo a construção da democracia no nosso país. Eu quero ir produzindo para ajudar muito mais no debate do que mesmo só um registro histórico do que eu possa ter vivido.<br /><br /><strong>Serena</strong> – E com relação ao futuro? Alguma pretensão? <br /><strong>Moacir</strong> - Nunca paro de pensar em coisas novas e de me envolver em outros projetos. Como dizem em Limoeiro: quando você anda de bicicleta, não pode parar de pedalar, porque senão cai. Não penso em me aposentar. Se daqui a alguns anos não for possível me manter em nenhum veículo, mesmo assim eu não quero parar de pensar em comunicação de jornalismo, então irei atrás de outros canais para expressar isso.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-28377593215761763552008-11-12T11:29:00.000-08:002008-11-12T12:01:59.385-08:00Filosofia de Moska<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKTx7Nj3r3Xo0hmZDMsl1192861MQ58jg7XfRommhtBNzmhL5Gv8ikVuJGk4cTdEEjW1vIMInffTAwlNfE9mdXzYPME7GRllHgYchWLB8PgqkPZZ74dnK61W0gp6mbg07Gq53ZFpBClPeE/s1600-h/Moska(Eder)1_1.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 130px; height: 190px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKTx7Nj3r3Xo0hmZDMsl1192861MQ58jg7XfRommhtBNzmhL5Gv8ikVuJGk4cTdEEjW1vIMInffTAwlNfE9mdXzYPME7GRllHgYchWLB8PgqkPZZ74dnK61W0gp6mbg07Gq53ZFpBClPeE/s200/Moska(Eder)1_1.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5267856156712367026" /></a><br /><strong>Foto: Ederclinger Melo Reis<br />Edição: Ederclinger Melo Reis e Germana Cleia da Silva<br />Texto de abertura: Ederclinger Melo Reis e Germana Cleia da Silva</strong><br /><br />O apelido é a sua assinatura. Aos 41 anos, o cantor Moska, coleciona oito discos na carreira solo, sete “modestas” participações em filmes (como ele próprio fala) entre outros trabalhos como ator em mini-séries e espetáculos teatrais.<br /><br />Historicamente, Paulo Correia de Araújo é considerado pelos críticos como uma pessoa que passou por várias transformações: começou no grupo Garganta Profunda, foi para o “Inimigos do Reis”. Deixou de ser Paulinho Moska para ficar com o segundo nome, quando lançou o álbum ‘Eu Falso da Minha Vida o que Eu Quiser’, em 2001, num momento difícil de sua vida o qual ele não quis revelar. Isso até chegar no “Tudo Novo de Novo”, transformando a dor em amor.<br /><br />Atualmente, paralelo à sua carreira no estúdio e no palco, Moska atua como apresentador e cantor no programa televisivo de entrevistas e músicas “Zoombido – A Canção de Todo Mundo”, do Canal Brasil. Ele vive um momento de alegria, segundo o próprio, com o seu novo disco “Mais Novo de Novo”, mas ainda com sua marca do que ele chama de “melancoliberdade”.<br /><br />A seguir, Moska mostra sua faceta filosófica e “metamorfósica” da carreira já consagrada do cenário nacional da música popular brasileira. O carioca revela suas idéias e experiências, em especial no álbum totalmente independente ‘Tudo Novo de Novo’, quando fotografava seu próprio reflexo em objetos espelhados nos hotéis por onde passava.<br /><br />O camarim do BNB Clube serviu de sala de espera para que esta entrevista fosse realizada. Esperamos aproximadamente três horas até que Moska passasse o som e nos atendesse. Ele vestia uma calça camuflada modelo exército, uma camiseta branca com o desenho de cara engraçada e os dizeres: “This was my face before surgery” [Esta era a minha cara antes da cirurgia], sapato Cross, meias brancas com detalhes de flores e chapéu xadrez. Simpático, Moska apresentou, na maioria do tempo, inquietação, cruzava e descruzava as pernas e mãos.<br /><br />No final da entrevista, pedimos que ele se fotografasse no reflexo do espelho, provocando nele o sentimento de voltar aos velhos e bons tempos em que ele fazia tal atividade.<br /><br />Ao ser indagado sobre seu novo estado de ser, depois de grandes transformações na sua trajetória, apesar de se esquivar e se acomodar melhor na poltrona, ele filosofa.<br /><br /><strong>Eder e Germana:</strong> Você considera que o Álbum ‘Tudo Novo de Novo’ se tornou uma transformação na sua vida? Você utilizou as fotografias que fazia do seu reflexo em hotéis nos quais ficava hospedado. Como foi?<br /><strong>Moska:</strong> Primeira coisa que eu já consegui foi fugir do banheiro, consegui escapar do banheiro. Eu já não faço mais fotografias de hotéis, porque justamente já fiz 4 mil, em três anos e fiz outras 3 mil em homenagem a elas. Dei nomes para as que eu mais gostava e depois escrevi poemas para os nomes e depois as canções para os nomes. Foi um processo que não foi pensado. Eu comecei a fazer as fotos sem saber o porquê de estar fazendo. E aos poucos me vi com uma quantidade enorme e uma pressão de fazer alguma coisa para aquilo, antes que eu enlouquecesse.<br /><br /><strong>Eder e Germana:</strong> E como foi a primeira?<br /><strong>Moska: </strong>A primeira foi em Nova Iorque, três dias antes dos ataques terroristas <em>[ele se refere ao atentado, no dia 11 de setembro de 2001, ao Word Trade Center]</em>. Comprei essa câmera digital e estava com o manual no hotel e havia um botão chamado ‘micro’ para fotografar coisas mais pequenas e eu saí experimentando este botão pra testar a câmera. Procurei um objeto pequeno e vi o meu reflexo na maçaneta, não numa torneira de metal. Comecei a fotografar muito mal, na verdade. Estas primeiras são muito feias. Não feias, mas não cheguei a uma qualidade que ela não tem.<br /><br /><strong>Eder e Germana:</strong> Qual lhe chamou mais atenção?<br /><strong>Moska: </strong>Na verdade a primeira que me chamou atenção foi por volta de 1500. Eu jogava no computador e deixava lá. E um dia no Japão, em 2001 eu tirei um foto com numa torneira que tinha um diamante em cima, uma imitação de diamante para abrir e fechar a água da torneira. Botei meus olhos onde caía água e dei um nome para esta foto, chama-se ‘Lágrimas de Diamantes’.<br /><br /><strong>Eder e Germana:</strong> Você fez alguma homenagem também a essa foto?<br /><strong>Moska:</strong> Uns três meses depois eu estava indo para a Chapada Diamantina fazer um show e justamente lembrei, por causa do Diamante, do nome Diamantina e comecei a fazer uma letra lembrando da foto. Depois quando cheguei em casa peguei a letra e fiz a música e dei o nome da música de ‘Lágrimas de Diamantes’. Descobri o que fazer com as fotos. Passei então a fotografar buscando uma imagem que me sugerisse um nome para escrever um poema e fazer uma canção.<br /><br /><strong>Eder e Germana: </strong>Houve algum momento em que você tirasse a foto só depois de compor uma música?<br /><strong>Moska:</strong> No meio do processo, eu inverti também: fazia uma música e depois tirava foto, buscava um nome através da foto, enfim o processo se misturou e a partir de um certo momento sabia que estava fazendo um disco, que era um processo fechado que juntava imagem com palavra e música. Passei a dirigir um novo álbum que nasceu natural, que acho que é o melhor caminho que você faz uma obra. Tenho fruição, que eu te falei: deixa rolar e depois uma certa manipulação, você se institui com aquilo, começa a organizar ou ter umas idéias meio malucas. Lembro-me que algumas fotos tinham flores desenhadas nuns azulejos que ficavam por trás dos objetos que eu fotografava como se fosse um cenário. Então essas que tinham flores eu também separava numa pasta especial e dei um nome pra esta pasta: ‘Jardim do Silêncio’, que leva ou a escrever a letra e depois a música. Então todo o repertório foi feito em cima dessas fotografias, enfim, toda a imagem na luz que tem a fotografia misturada com a idéia de aurora em relação ao crepúsculo do falso.<br /><br /><strong>Eder e Germana:</strong> Qual foi o sentido desta experiência para você?<br /><strong>Moska:</strong> Foi um caminho delicioso mesmo, como uma libertação desse repertório de escuro, que tinha uma esperança e uma alegria bem distinta. Posso dizer que estou gravando um álbum novo que é mais feliz ainda que o ‘Tudo Novo de Novo’ [ele se refere ao disco que está em estúdio] sem deixar de ser melancólico, que é a minha assinatura também: chamo de ‘melancoliberdade’. Na verdade não é uma tristeza, eu sou uma pessoa muito feliz, só trabalho com a melancolia. Mas esse trabalho me dá uma felicidade enorme, então, eu já chamo de ‘Melancoliberdade’.<br /><br /><strong>Eder e Germana:</strong> Conte um pouco mais desta sua nova fase? Isso faz parte de uma das suas tantas transformações?<br /><strong>Moska:</strong> É o meu primeiro disco independente, completamente independente. Uma das coisas que mais tem me agradado nessa fase independente é que não tenho mais data para nada. Eu fui contratado de uma multinacional por treze anos, o que tinha data pra tudo, não é? Eu tinha data para entregar repertório, data para entrar no estúdio, data para terminar o disco, data para mandar para a fábrica, data para lançamento e data para fazer sucesso. Hoje, eu me libertei disso, não tem data mais para nada e produzo. Depois que está pronto, vejo como é que vai sair, por onde vai sair ou como. Virei realmente o dono da minha carreira.<br /><br /><strong>Eder e Germana:</strong> E como é o seu dia-a-dia de músico?<br /><strong>Moska:</strong> Estou gravando de uma maneira muito diferente que sempre gravei. Eu não entrei no estúdio nem me internei no estúdio. Não entrei para gravar e é a primeira vez que eu faço assim: gravo um pouco e levo pra casa, uma semana depois gravo mais um pouco, levo para casa, duas semanas depois gravo mais um pouco. Não estou fazendo comigo o que fizeram quatro anos. Estou aproveitando esta liberdade para transformá-la em qualidade e tranqüilidade.<br /><br /><strong>Eder e Germana: </strong>Quem é Paulinho Moska, hoje?<br /><strong>Moska:</strong> Quem sou eu? Não sei. Costumo dizer que eu espero da minha vida o que eu seja diferente de ontem e de amanhã, que o tempo presente que eu habite, seja sempre novo pra mim: é o que eu busco. Não estou falando isso porque trabalho com arte: acho que todo mundo é artista, todo mundo tem potencial pra criar e esse potencial vem justamente do tempo, que faz com que não sejamos os mesmos a cada segundo. Então, acho que isso vem do meu entendimento muito particular de que a vida é uma grande mutação constante. Não estou te criticando, só estou respondendo à tua pergunta: essa pergunta, eu acho, é meio descabida para mim [ele se levanta para sentar mais confortavelmente na poltrona], eu não consigo responder algo que não está parado, eu não consigo explicar algo que está em movimento, o movimento é justamente a possibilidade de a gente não se tornar sedentário, é o movimento que faz com que o espírito seja nômade, seja livre e isso se manifesta no presente porque o passado não muda e o futuro a gente não sabe qual é, então, o presente é o lugar onde as coisas acontecem, onde está tudo em movimento. Quem eu sou? Eu sou este tempo presente.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-72248582633640851332008-11-12T10:55:00.000-08:002008-11-12T11:59:31.989-08:00Prata com gosto de ouro<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKOJ2OT8gCKHZrXLXHFji49Zd1prDV3HZBQ-DMs5iEOrQ0UN6IXFuTaeOD9llHhwDPP_hkwkumdhbfznBX4dbkyhqPzPc3rWWchMSeQSh0jsOcqDnNsjuS5a9goz7IU6AgSCjrq8-fxC-W/s1600-h/Cortada2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5267848386569697458" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 130px; CURSOR: hand; HEIGHT: 190px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKOJ2OT8gCKHZrXLXHFji49Zd1prDV3HZBQ-DMs5iEOrQ0UN6IXFuTaeOD9llHhwDPP_hkwkumdhbfznBX4dbkyhqPzPc3rWWchMSeQSh0jsOcqDnNsjuS5a9goz7IU6AgSCjrq8-fxC-W/s200/Cortada2.jpg" border="0" /></a><br /><strong>Texto: Antônio Júlio<br />Fotos: Davi Garcia<br />Edição: Francisco Emanoel<br />Texto de abertura: Davi Garcia</strong><br /><br />O dia 28 de agosto de 2008 foi uma data histórica para Márcio Henrique Barbosa Araújo, ou apenas Márcio para os amantes do vôlei, e para todos os cearenses. Naquele dia ele conseguiu algo inédito, sendo o primeiro atleta masculino de nosso estado a conquistar uma medalha olímpica (antes apenas Shelda, também do vôlei de praia, tinha conseguido tal feito). Mesmo após a frustração com a derrota na final para os americanos Rogers e Dalhauser, Márcio percebeu a importância de seu feito ao chegar em terras cearenses, quando foi ovacionado por milhares de pessoas que o aplaudiam pela conquista da prata.<br /><br />O cearense de 34 anos iniciou sua carreira no vôlei de praia em 1996 - ao lado de Reis Castro - e também fez parceria com Benjamin, com o qual disputou os jogos olímpicos de Atenas, terminando na nona colocação. Seu atual parceiro é o capixaba Fábio Luiz, que foi de fundamental importância para a atual conquista. Márcio é famoso no mundo do vôlei por suas defesas e levantadas, tendo sido escolhido em 2006 e 2007 o melhor levantador do circuito mundial.<br /><br />Atualmente, Márcio treina aqui mesmo, no Ceará, nas areias da Beira-Mar e foi lá que ele concedeu à nossa equipe a entrevista que se segue.<br /><br /><strong>Davi</strong> - Quais são suas melhores lembranças de Pequim? Houve um momento em especial?<br /><strong>Márcio</strong> - As lembranças das olimpíadas de Pequim são muito boas. Eu tive momentos maravilhosos, de sonho mesmo e de muita alegria. Um deles foi a partida da semifinal contra Ricardo e Emanuel, pois foi um jogo muito difícil, muito nervoso e nós conseguimos vencer. A própria interação com os outros atletas brasileiros também foi muito bacana, com a própria Maurren <em>[Maggi, ouro no salto em distância]</em>, com a seleção de vôlei. Essa troca de energia é um momento que a gente guarda pra nossa eternidade.<br /><br /><strong>Emanoel</strong> - Você comentou sobre a dificuldade na partida contra Ricardo e Emanuel. Como foi derrotá-los?<br /><strong>Márcio</strong> - Aqui no Brasil, a gente tem feito bons jogos contra eles e disputa é muito acirrada. Se não me engano, eles têm nove vitórias contra oito nossas, isso quer dizer que estávamos muito iguais. Este ano nós tínhamos enfrentado a dupla uma vez, na etapa de Brasília do circuito nacional, perdemos por dois a um em uma partida muito disputada. Nas Olimpíadas, nós sabíamos que era um momento muito emocional, já que eles estavam disputando o bicampeonato, defendendo o título, enquanto nós estávamos correndo atrás de uma medalha, pois já era minha segunda Olimpíada. Então eu entrei naquele jogo muito determinado, muito focado e eu sabia que ia ganhar aquele jogo.<br /><br /><strong>Júlio</strong> - Durante uma matéria exibida após a semifinal você pareceu bastante surpreso em derrotar a dupla Ricardo e Emanuel. Foi realmente uma surpresa para você?<br /><strong>Márcio</strong> - De maneira nenhuma! Naquele momento eu demonstrei muito respeito ao adversário, até porque era um time de peso. Pra mim eles são dois “leões’ na praia, então naquele momento a gente matou dois “leões”. Mas eu não fiquei surpreso, mas emocionado e muito feliz, é diferente! É um sentimento de muita gratidão por tudo que a gente fez e aquele momento foi coroado com a vitória. Eu sabia que a gente tinha condições de vencer e o placar não mente. A mídia é que dá sempre ênfase à dupla Ricardo e Emanuel. Não sei porque a mídia faz um “bafafá’ tão grande por termos vencido.<br /><br /><strong>Davi </strong>- Você acha que a dupla é colocada de escanteio pela mídia?<br /><strong>Márcio</strong> - Com certeza! Existe um “bairrismo” muito grande com o pessoal do Rio de Janeiro. Eu acho que a gente tem que valorizar o que é nosso e eu tenho muito orgulho de ser cearense. Acho que o importante é termos a consciência de que naquele momento tudo é Brasil. Eu sabia que não era mais um, mas um dos 277 atletas que estavam representando uma nação.<br /><br /><strong>Emanoel</strong> - Você acha que existe um preconceito com o atleta nordestino?<br /><strong>Márcio</strong> - Sem dúvida nenhuma! Hoje nem tanto, já que o berço do vôlei de praia é aqui, foram Franco e Roberto Lopes que desbancaram os americanos <em>[essa vitória aconteceu na etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial, em 1994]</em>. Mas existe esse “bairrismo”, esse preconceito, até mesmo racismo. O Nordeste tem suas belezas, suas riquezas, seu povo é humilde, mas é trabalhador e também faz o Brasil.<br /><br /><strong>Júlio</strong> - Você diria que a conquista da medalha de prata foi a mais importante da sua carreira?<br /><strong>Márcio</strong> - Sim. A conquista da medalha de prata foi uma vitória muito grande para minha vida, representa muito e eu acho que isso tem que ser valorizado.<br /><br /><strong>Davi</strong> - Após a final olímpica, o narrador Galvão Bueno afirmou que faltou “força mental” à dupla. Você concorda com essa afirmação?<br /><strong>Márcio</strong> - Não. Eu acho que naquele momento faltou, na verdade, um pouco mais de atitude. Nós poderíamos ter mudado a situação de jogo, ter feito algumas jogadas diferentes, mas não acho que faltou “força mental”, mas tranqüilidade. <br /><br /><strong>Emanoel </strong>- Qual é a sensação de estar em um pódio olímpico?<br /><strong>Márcio</strong> - É uma emoção muito grande. Eu já estive em muitos pódios, mas olímpico foi a primeira vez, e é diferente, realmente é diferente. Eu fiquei muito emocionado de estar dividindo aquele pódio com mais de 180 milhões de brasileiros.<br /><br /><strong>Júlio </strong>- Como você se sentiu em disputar sua segunda Olimpíada? Você pretende disputar uma terceira?<br /><strong>Márcio</strong> - Eu fiquei muito feliz de ter jogado uma segunda Olimpíada, pois a classificação foi muito difícil. E eu pretendo, sim, ir a outra Olimpíada. Eu tenho condições físicas, mentais e técnicas para isso, mas querer é uma coisa e poder é outra. É preciso tranqüilidade e pés no chão, pois o ciclo olímpico não é tão fácil.<br /><br /><strong>Davi </strong>- Você se inspira em algum outro atleta? Quem?<br /><strong>Márcio</strong> - Um grande ídolo que eu tenho é o americano Karch Kiraly, que já conquistou três medalhas de ouro em Olimpíadas, duas na quadra e uma na praia <em>[seus dois ouros na quadra foram em Los Angeles-1984 e Seul-1988, na praia conquistou em Atlanta-1996]</em>. Ele não é um ídolo só pra mim, mas pra muita gente que joga vôlei. Eu tive o prazer de conhecê-lo, sou amigo dele e ele é uma integridade como pessoa e como profissional. Ele representa muita coisa pro voleibol e eu tento me espelhar na pessoa que ele é. E claro que também temos os nossos ídolos daqui. O Ayrton Senna é um cara vitorioso e acho que ele é um ídolo de todos os brasileiros.<br /><br /><strong>Emanoel </strong>- Antes do Fábio você teve mais dois parceiros. Como é feita a adaptação quando ocorre a troca de dupla?<br /><strong>Márcio</strong> - Meu primeiro parceiro foi o Reis, que hoje é técnico da dupla Juliana e Larissa. A gente como já era cearense e já se conhecia não teve muito problema. Depois fui jogar com o Benjamin, que morava no Rio de Janeiro. Eu fiz o convite, ele veio morar aqui e fez toda uma base bem feita, com preparação física e técnica, um trabalho focado pra gente chegar na Olimpíada.<br /><br /><strong>Júlio </strong>- Você sempre quis ser jogador de vôlei?<br /><strong>Márcio</strong> - Eu sempre pratiquei esporte. Eu entrei no vôlei por acaso. Na verdade, eu pratiquei saltos ornamentais e ginástica olímpica durante doze anos. Meu pai é professor de educação física, então eu tive um desenvolvimento dentro da área esportiva muito forte.Apareceu a oportunidade de jogar vôlei no colégio e fui. Então meu treinador do colégio me levou pra praia para ajudar Franco e Roberto <em>[Lopes]</em> e fiquei até hoje.<br /><br /><strong>Davi </strong>- Qual foi o pior momento da sua carreira?<br /><strong>Márcio</strong> - Acho que foi a Olimpíada de Atenas. Eu achei que podia conquistar uma medalha e foi tudo por água abaixo. A nona colocação foi um resultado muito ruim, eu fiquei muito triste, mas o importante foi que eu aprendi, a decepção veio como lição, isso serviu muito pra mim.<br /><br /><strong>Emanoel </strong>- Como é voltar ao Ceará depois dessa conquista?<br /><strong>Márcio</strong> - Eu voltei meio triste no avião e não tinha a dimensão do que era conquistar a medalha olímpica. Mas quando cheguei no aeroporto e vi aquela multidão de gente, carro de bombeiros esperando, aquela confusão, aí é que eu caí na real. Eu fiquei muito feliz de ter recebido o carinho dos cearenses.<br /><br /><strong>Júlio </strong>- Você foi primeiro atleta masculino do Ceará a conquistar uma medalha olímpica. O que você acha que precisa ser feito para que outros cearenses alcancem essa marca?<br /><strong>Márcio</strong> - É importante que o nosso estado faça mais investimentos. Acho que podem surgir outros Márcios, outros Ricardos, Emanuéis, Gibas <em>[Giba é jogador da seleção brasileira masculina de vôlei de quadra]</em>, Maurren Maggis. Aqui no Ceará esse material humano existe e o investimento deve ser feito em cima das crianças, pois são elas que vão fazer o futuro do esporte. Eu tenho esperança de que isso um dia possa acontecer, mas isso não depende da gente como atleta, mas dos órgãos responsáveis por esse setor.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-41172205263395088522008-09-21T19:29:00.000-07:002008-09-27T18:05:59.468-07:00Entrevistas - Lílian Witte Fibe com Zélia Cardoso de Melo - 17/03/1990<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj12ZuMeFsWW-3cB04-q5CrDdyEWfturhVYOOuMBUG_I7gvTR-8RTpXU0U-l2erofeV1_rdHtq70ENeNdGGfd8oea8lHhFV5MGh6v6oFppXnZ19JXmHI2alaisw56CaPijRsX-SuoaxdnAp/s1600-h/wite+fibe.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj12ZuMeFsWW-3cB04-q5CrDdyEWfturhVYOOuMBUG_I7gvTR-8RTpXU0U-l2erofeV1_rdHtq70ENeNdGGfd8oea8lHhFV5MGh6v6oFppXnZ19JXmHI2alaisw56CaPijRsX-SuoaxdnAp/s200/wite+fibe.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5248671465527464706" /></a><br />Em 17 de março de 1990, um dia após o lançamento do Plano Collor, a então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo, concede entrevista ao Jornal Hoje, da Rede Globo.<br /><br />Como relembra Mário Sérgio Conti, em Notícias do Planalto, a jornalista Lílian Witte Fibe procurou, em sua entrevista, esclarecer dúvidas práticas sobre o plano, após captar a repercussão desses questionamentos nas ruas. Segundo ela, diversas pessoas mostraram dúvidas e preocupações com economias bloqueadas e confisco da poupança, resultantes das medidas do Plano.<br /><br />Na entrevista, Lílian fez perguntas sobre consórcios, cartões de créditos, mensalidades, salários, dívidas, empréstimos. Em determinado momento, recoloca as perguntas para a ministra, mesmo diante de uma visível irritação de Zélia.<br /><br />Segundo Lílian, esta foi a entrevista com maior repercussão de sua carreira. Confira o trecho no vídeo abaixo, com a jornalista sendo entrevistada por Jô Soares, no Programa do Jô, da Rede Globo.<br /><br />Veja a entrevista abaixo.<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/vHM5FFIwa8Q&hl=en&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/vHM5FFIwa8Q&hl=en&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-63529020160095995542008-09-20T13:19:00.000-07:002008-09-20T13:29:49.464-07:00Entrevistas e suas linguagensNa postagem de hoje, colocamos, na íntegra, algumas das entrevistas debatidas na aula da última terça-feira, dia 16.<br /><br />Vera Loyola - revista Veja de 05/11/1997 - o perfil da ironia intelectualizada<br /><a href="http://veja.abril.com.br/051197/p_009.html">http://veja.abril.com.br/051197/p_009.html</a><br /><br />Jean Baudrillard - revista Época de 7 de junho de 2003 - a entrevista conceitual<br /><a href="http://www.consciencia.net/2003/06/07/baudrillard.html">http://www.consciencia.net/2003/06/07/baudrillard.html</a>Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-47060335574551853672008-08-19T18:38:00.000-07:002008-08-19T18:47:15.169-07:00Pela informação de qualidade, em defesa do diploma<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwaWwOhumL9jDvnil2S8KERf2hmfrjQY2yxWbjzpH7zBiobGEBEozpPI3dpvTf0-IcvGYvyq_XOnGx2i7_MTK9aTh9o9PPgFiVzseI5p8cKL39oE2zTc-8szAJOiGvriZF8KV9QgbD3Gk_/s1600-h/FENAJ+Selo+Blog+Campanha+Diploma.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwaWwOhumL9jDvnil2S8KERf2hmfrjQY2yxWbjzpH7zBiobGEBEozpPI3dpvTf0-IcvGYvyq_XOnGx2i7_MTK9aTh9o9PPgFiVzseI5p8cKL39oE2zTc-8szAJOiGvriZF8KV9QgbD3Gk_/s200/FENAJ+Selo+Blog+Campanha+Diploma.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5236410498946661938" /></a><br />Este blog manifesta publicamente o apoio a uma luta que não diz respeito apenas às categorias de jornalistas e estudantes de Jornalismo, mas à sociedade em geral, que exige e necessita de informação de qualidade: a luta pela obrigatoriedade da formação superior em Comunicação Social para o exercício da atividade jornalística.<br /><br />Que sejam mantidos e reconhecidos todos os anos de luta em defesa de uma melhor formação técnica, teórica e ética para os profissionais de comunicação, os avanços em pesquisas na área do Jornalismo e os esforços por uma informação democrática e plural.<br /><br />Quem desejar apoiar a campanha em favor da exigência do diploma e pela regulamentação da profissão, deixe seu recado no site da <a href="http://www.fenaj.org.br/apoiar_campanha.php">Federação Nacional dos Jornalistas</a>Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-22316975276576872392008-08-02T11:41:00.000-07:002008-09-27T18:07:16.326-07:00Objetividade jornalística II - o debate Collor X Lula em 1989<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgppoS62kJ2KoMaiiA8CLIwBnrtv7jKSoQZAnhnb6BrK80CqOLejzJrcSoUNvopIiCmw-TmF9JBeG32uauAG6nr4vDlLTGA9S071U5q-x8bsrLAzXkk_XcpqYax16f06U5hsFhR54G2b_kd/s1600-h/debate+1989.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgppoS62kJ2KoMaiiA8CLIwBnrtv7jKSoQZAnhnb6BrK80CqOLejzJrcSoUNvopIiCmw-TmF9JBeG32uauAG6nr4vDlLTGA9S071U5q-x8bsrLAzXkk_XcpqYax16f06U5hsFhR54G2b_kd/s200/debate+1989.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229997572701702722" /></a><br /><span style="font-weight:bold;">Foto: Fernando Maia / Agência O Globo</span><br />Na história do telejornalismo brasileiro, um dos casos de maior repercussão foi a edição do Jornal Nacional de 15 de dezembro de 1989, do debate entre Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva, ambos candidatos à presidência da República.<br /><br />Após acusações de favorecimento da Globo ao candidato Collor de Mello, profissionais da emissora se defenderam, argumentando ter elaborado uma segunda edição do debate - diferente da veiculada naquela mesma data no jornal Hoje - para que esta última fosse mais fiel à realidade do debate transmitido na véspera, ao vivo, por uma cadeia de emissoras de TV. A polêmica, porém, ganhou repercussão tal que motivou a emissora carioca e não mais editar debates de candidatos à Presidência em seus telejornais, prática que tem sido mantida até o presente.<br /><br />No vídeo abaixo, profissionais do telejornalismo da emissora na época, como Armando Nogueira, Alberico de Souza Cruz, Wianey Pinheiro, contam suas distintas versões sobre a edição do debate.<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/6mwElP5bavA&hl=en&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/6mwElP5bavA&hl=en&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-74931706324022371442008-08-02T11:25:00.000-07:002008-08-02T11:40:41.467-07:00Objetividade jornalística - o caso Carta Capital em 2006O editorial da revista Carta Capital, em sua edição 414 de outubro de 2006 motivou uma série de debates sobre a manifestação de apoio de um veículo de comunicação a um candidatato a cargo político. Confira abaixo a íntegra do editorial - assinado pelo editor Mino Carta - e acompanhe sua repercussão em outros blogs e portais da imprensa brasileira.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">POR QUE LULA, SEGUNDO CAPÍTULO</span><br /><span style="font-style:italic;">Apesar de todas as decepções, o presidente é ainda a melhor opção. Somente ele, na situação, vale como mediador.</span> <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Por Mino Carta</span><br /><br />A três semanas do segundo turno, CartaCapital confirma sua preferência pela candidatura do presidente Lula. As razões da escolha não mudam, como será provado. Antes algumas considerações, em parte já feitas neste mesmo espaço, a bem de uma definição cristalina.<br /><br />O governo Lula ficou bastante aquém das esperanças dos eleitores de 2002 e de CartaCapital, e das necessidades do País. Pouco se fez para combater o desequilíbrio social, questão primeira na pauta dos problemas, embora o povo tenha percebido leves progressos, que de fato houve, conforme números recentes do PNAD.<br /><br />A política econômica ajoelhou-se aos pés do Deus Mercado, submissa aos dogmas neoliberais, e descurou da produção. Nem por isso Lula seduziu porção conspícua dos ricos nativos. CartaCapital não se cansou de criticar o governo, neste e em inúmeros outros pontos da sua atuação.<br /><br />O PT no poder, depois de ter desfraldado seu comportamento ético por mais de duas décadas, portou-se como os que o precederam, às vezes sem a mesma sutileza, a qual é fruto da experiência. A crise incessantemente denunciada pela mídia, a mirar sempre em um único, inescapável alvo, está longe de ter sido a maior do Brasil. Governos anteriores, a começar pelo de Fernando Henrique Cardoso, foram muito mais eficientes no desmando. Contavam, porém, com o encantamento dos jornalistas e dos seus patrões.<br /><br />O PT pareceu tão hipócrita quanto os demais partidos, além de incompetente na gestão do poder e das suas próprias conveniências, e navegou entre a trapalhada e o golpe sujo. Ficou claro que um bom número de petistas não estava à altura da tarefa. Traíram idéias, programas, projetos.<br /><br />Eis um ponto dolorido. Ao cabo do seu mandato, Lula não poderá afirmar ter promovido varões de Plutarco a marechais. E nem mesmo a sargentos, cabos, anspeçadas. Na cidade onde nasci, não seriam escalados para entregar cabritos na véspera de Natal. É quando os ajudantes de açougueiro saem de bicicleta, a carregar os bichos dentro de um cesto, de onde afloram as perninhas amarradas. Fossem certos petistas, enfiariam as bainhas entre os raios das rodas e soçobrariam na sarjeta com seu carregamento.<br /><br />A conclusão não é animadora. Digamos, porém, que o balanço transcende Lula, é o balanço do Brasil. Não falta quem tape os olhos diante da evidência, o povo inclusive, a se satisfazer com o gol do seu time. Basta, contudo, atentar para o pífio crescimento do País, que se repete há mais de duas décadas, para entender a gravidade da situação. Esta é, de fato, a crise.<br /><br />Os donos do poder sempre apostaram na resignação do povo, que chamavam de cordialidade. Mas no abismo a separar ricos de pobres, onde já medram a violência urbana, a guerra do tráfico, o PCC, a fúria que mata mais de 50 mil brasileiros a cada ano, a raiva armazenada centenas de anos a fio tem todas as condições de explodir, algum dia, de uma hora para outra.<br /><br />CartaCapital sustenta há tempo: neste Brasil a risco, por razões que todos conhecemos, embora tantos finjam ignorá-las, neste Brasil de desigualdades insuportáveis, Lula é, nas circunstâncias, o mais qualificado mediador entre a minoria abastada, ou quase, e a maioria estacionada entre a pobreza e a miséria absoluta.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Confira a repercussão no Portal Imprensa</span> <a href="http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2006/09/11/imprensa8165.shtml ">aqui</a><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Veja a repercussão no blog do jornalista Reinaldo Azevedo</span> <a href="http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2006/09/surpresa-carta-capital-declara-apoio.html">aqui</a>Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2632863698235738280.post-1154065290149253072008-07-25T12:55:00.000-07:002008-07-25T13:06:52.537-07:00Juizado Especial Móvel: agilidade e desburocratização<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk8kp3ZvQ0c7C9wmdLe-NQKzrIgT_rS3CFnLNYrcuwVNFZ_EVHqfcFLMLJbhG92nHMTTgStl7yCV0DpthxGnaGIIHtB-taFDvdc3JkqMKRcjpCMWKq9z_QRMxQ-yzJBX1AxwnXv3gjWrwd/s1600-h/caminh%C3%A3o-editada.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk8kp3ZvQ0c7C9wmdLe-NQKzrIgT_rS3CFnLNYrcuwVNFZ_EVHqfcFLMLJbhG92nHMTTgStl7yCV0DpthxGnaGIIHtB-taFDvdc3JkqMKRcjpCMWKq9z_QRMxQ-yzJBX1AxwnXv3gjWrwd/s320/caminh%C3%A3o-editada.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5227045659138392882" /></a><br /><span style="font-style:italic;">Cerca 90% das ocorrências de trânsito que envolvem danos materiais são atendidas pelos Juizados nos locais dos acidentes</span><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Texto / foto: Carolyne Barros e Fernanda Sleiman</span><br /><br />A cena é corriqueira nas ruas da cidade. O sinal de trânsito abre e os carros se apressam. Trafegam alguns metros e é preciso parar novamente e esperar uma nova chance de pisar no acelerador. Para o motorista de táxi Ananias Melo é esse sistema lento que favorece os acidentes. “A gente fica impaciente, já com o pé no acelerador e, de repente, tem que frear bruscamente”, afirma. <br /><br />Ananias, que já foi vítima de quatros pequenos acidentes, confessa a preocupação com os gastos ocasionados pelo trânsito. “No mesmo dia que comprei meu táxi novo um motoqueiro me atingiu pela lateral. Acionei o Juizado Móvel porque não tenho seguro, mas fiquei com medo de que ele fugisse antes de qualquer acordo”, conta o taxista.<br /> <br />O Juizado Especial Móvel de Fortaleza é fruto do convênio entre o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e o Tribunal de Justiça do Estado e completa 12 anos de atuação em novembro. Foi por meio dele que Ananias garantiu o conserto do táxi. “Ainda bem que o motoqueiro me pagou tudinho. Demorou, mas pagou”, disse o taxista, referindo-se ao prazo estipulado em seu acordo de 120 dias para o pagamento de reparação dos danos.<br /><br />Somente no ano passado, o Juizado Móvel atendeu quase 5.000 ocorrências de colisões de trânsito sem danos físicos (vítimas ou lesões), representando 90% dos casos registrados. Na parceria, cabe ao Detran o repasse de verbas para manutenção das três viaturas de atendimento, incluindo os custos de combustível e pagamento do motorista, e o serviço de perícia técnica. O Tribunal de Justiça atua na homologação dos termos conciliadores e nos trâmites de documentação. <br /><br />Responsável pela desburocratização de ações judiciais referentes à solicitação de ressarcimento para colisões de trânsito, os Juizados Móveis são vinculados à 10ª Unidade dos Juizados Especiais e o serviço já é referência de atendimento em todos os estados. “Em cada localidade, os números já comprovam uma diminuição representativa do volume de ações tramitando nos Juizados. Como o acordo é feito no próprio local do acidente, a documentação já é homologada e a parte prejudicada tem a segurança de contar com o apoio da Justiça”, explica Vólia Rocha, assessora de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. <br /><br />Para cada atendimento, um oficial de justiça, um bacharel em Direito (conciliador) e um perito do Detran avaliam o prejuízo material, além de também ouvir as versões apresentadas pelas partes envolvidas. “Quando o acordo é realizado amigavelmente, o processo dura em torno de 20 minutos”, afirma Vólia.<br /><br />Nos casos em que um dos envolvidos abandona o local do acidente, o prejudicado pode solicitar o laudo pericial do Detran e agendar a audiência de conciliação por telefone. “É importante tomar nota do número da placa do veículo e observar qualquer dado que possa interferir no veredito do juiz, como alta velocidade e manobras imprudentes”, aconselha a assessora. Nessas situações, os atendimentos são mais demorados. “Convidamos as partes para uma audiência de conciliação na sede do Juizado e se, mesmo assim, não houver acordo, a Justiça buscará a solução através dos trâmites legais vigentes”, conclui.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Números</span><br /><br />Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, desde a criação do Juizado Especial Móvel de Fortaleza, em novembro de 1996, 53.897 colisões já foram atendidas pelas três viaturas de serviço. Desse montante, 46.645 ocorrências resultaram em acordos conciliadores no próprio local do acidente. <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Serviço:</span><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Departamento Estadual de Trânsito – Detran</span><br />Perícia: 154<br />Taxa do laudo pericial (somente em casos de abandono do local por uma das partes): R$27,90<br />Atendimento 24 horas, incluindo feriados e fins de semana.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Juizado Especial Móvel de Fortaleza</span><br />(85) 9982.6733/ 9982.6724/ 9982.6735<br />Atendimento gratuito e 24 horas, incluindo feriados e fins de semana.Adilson Nóbregahttp://www.blogger.com/profile/10444035832856648741noreply@blogger.com0